O surgimento do novo vírus da gripe A H1N1 está obrigando as autoridades de saúde brasileiras a reavaliar as suas metas de produção de vacinas contra a gripe sazonal. A autossuficiência na produção de vacinas contra a doença comum, prometida pelos governos federal e do Estado de São Paulo para 2008, ainda não se concretizou. E, se o Brasil for produzir a nova vacina, terá também de rever novamente a meta. Ainda nesta semana, a Fundação Butantã, responsável pelo envasamento da vacina contra a gripe sazonal e que recebeu a incumbência de fazer a nova vacina, deverá se reunir com o Ministério da Saúde para discutir o que será feito.
"Se tivermos de usar o H1N1 (a vacina contra o vírus da gripe), não tem para comprar. Todos os produtores estão recebendo as cepas do vírus e não vão dar para ninguém. Se precisar, vamos adiar a produção da vacina H5N1 (contra a gripe aviária, que vem sendo pesquisada no Butantã) e da vacina sazonal e comprar novamente no próximo ano", defendeu Isaías Raw presidente da fundação, que levará a posição no encontro nesta semana no ministério
A gripe comum causa cerca de 500 mil mortes anuais no mundo e, até o momento, sabe-se que a nova gripe gerou 30 óbitos. No entanto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) resolveu na semana passada mobilizar os produtores de vacina em razão do alto potencial de transmissão do vírus A H1N1 e da possibilidade de ele sofrer novas mutações e voltar mais letal em breve. Terça-feira (5), no entanto, integrantes da organização apontaram que a estratégia está sendo reavaliada.
Desde 1999, o Brasil vem perseguindo a autossuficiência na produção de vacinas contra a gripe comum, tecnologia atualmente concentrada na França, Austrália, Canadá, Alemanha, Japão, Reino Unido e nos EUA, que detêm 95% da produção. A fabricação nacional, que recebeu investimentos de pelo menos R$ 54 milhões do Ministério da Saúde e do governo estadual, é estratégica para diminuir os custos para o Sistema Único da Saúde (SUS) e também para o caso de pandemia - epidemia generalizada.
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