Gripe aviária chega à Sibéria e pode se alastar pela Europa

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A Rússia está se mobilizando para conter a gripe aviária na Sibéria e alertou a comunidade internacional, nesta segunda-feira, que aves migratórias podem espalhar o vírus letal, em poucos meses, pela Europa e Oriente Médio.

A epidemia do vírus de gripe H5N1, antes restrita a cinco remotas áreas da Sibéria, parece estar se deslocando para oeste. A gripe aviária foi encontrada numa região industrial importante: Chelyabinsk, nos Montes Urais, que separam a Ásia da Europa. Mas ainda não está claro que se trata do H5N1, que matou mais de 50 pessoas na Ásia.

- Além do sul da Rússia, pássaros migratórios podem espalhar o vírus por países próximos (Azerbaijão, Irã, Iraque, Geórgia, Ucrânia e países do Mediterrâneo), que fazem parte das rotas de migração das aves no outono - disse o epidemiologista-chefe no governo russo, Onishchenko de Gennady.

Carregado por pássaros selvagens que entram em contato com aves domésticas, o vírus está se alastrando para Novosibirsk, oeste da Sibéria, Tyumen, Omsk, Kurgan e Altai.

A Rússia tem lutando contra a gripe aviária desde meados de julho. Nesta segunda-feira, funcionários isolaram estradas próximas a aldeias atingidas e mataram centenas de pássaros, para conter a epidemia, que já chegou aos vizinhos Cazaquistão e Mongólia.

Embora nenhuma pessoa tenha sido infectada na Rússia, há temores de que a doença possa atingir seres humanos na Eurásia, o que poderia desencadear uma epidemia global de influenza.

Chelyabinsk, separada da Rússia européia pelos Urais e tecnicamente ainda na Sibéria, é a região mais a oeste atingida até agora. Fica a aproximadamente 1.000 quilômetros de Moscou e dos locais onde os primeiros casos foram registrados na Rússia.

Segundo o Ministério da Agricultura, todos os pássaros infectados estão sendo abatidos. A imprensa informou que estradas que levam a aldeias atingidas foram isoladas, a polícia está fazendo inspeções em outras estradas e 400 aves domésticos já foram sacrificadas apenas em Chelyabinsk. Tudo na tentativa de impedir que o vírus, que já matou mais de 10 mil pássaros na Rússia, se alastre.