O Leste da África seria mais vulnerável à gripe aviária do que a Europa e a falta de preparo da região é motivo de grande preocupação, disse nesta segunda-feira um especialista da ONU.
Joseph Domenech, veterinário-chefe da ONU para a Agricultura e a Alimentação (FAO), disse que as rotas de migração das aves que levaram o vírus da gripe aviária para a Turquia e a Romênia terminavam no leste da África, tornando provável que a doença chegue ali também.
- Há uma preocupação muito grande em relação ao leste da África - afirmou Domenech.
Essas preocupações estavam diretamente relacionadas com os temores de que países pobres do Leste da África, como o Quênia, a Tanzânia, Uganda, a Etiópia e a Somália, estejam totalmente despreparados para enfrentar o vírus.
- Se a doença chegar a esta região, será muito difícil ter uma resposta rápida e uma detecção precoce da doença, como aconteceu na Turquia - afirmou.
Segundo Domenech, os países mais pobres da África também não conseguiriam estocar antivirais como estão fazendo os países ricos, preparando-se para o caso de uma pandemia.
- A questão é como prevenir a disseminação de uma nova pandemia quando ainda não há uma vacina - disse.
A Turquia e a Romênia descobriram o vírus H5N1 em aves do país. Depois disso, um grande número de animais foi sacrificado ali e grandes áreas estão sendo mantidas sob vigilância.
Nenhum caso da doença entre seres humanos foi registrado na Europa até agora, mas mais de 60 pessoas contaminadas pelo H5N1 na Ásia morreram.
Segundo Domenech, a Europa havia mostrado ser capaz de agir "de forma apropriada e imediata" ao alerta, aumentando a esperança que o vírus seja contido. Mas ele advertiu que o mero sacrifício das aves não seria suficiente.
- A globalização do comércio, a globalização dos movimentos das pessoas também trazem um risco maior de disseminar a doença a grandes distâncias - disse.
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