A Organização Mundial de Saúde decidiu elevar nesta segunda-feira (27) o alerta na escala de risco de pandemia por causa do aumento de confirmações de casos de gripe suína pelo mundo, revelou um dos especialistas que estava presente na reunião. O alerta, que estava no nível três, subiu para fase 4, caracterizado pela transmissão de humano a humano espalhada em nível de comunidades.
Mais cedo, a OMS havia revisado sua escala de alerta de pandemia, dividida em seis pontos, e divulgado um relatório explicando cada fase. Segundo a OMS, a fase 5 do alerta corresponderia a um forte sinal de que uma pandemia é "iminente". O nível 4, diz o relatório, é caracterizado pela transmissão de humano a humano espalhada em comunidades. A fase cinco incluiria a transmissão em pelo menos dois países de uma mesma região. E a fase seis seria caracterizada por uma pandemia global, pelo espalhamento da doença em mais de uma região.
O governo do México informou que o número de mortes supostamente provocadas pelo surto atinge 149 em todo o país e deve subir. Os casos ocorrem possivelmente em dez estados do país, e atingem principalmente pessoas na faixa entre 20 e 50 anos.
Por conta da epidemia, o governo estendeu a suspensão das aulas em todas as escolas dos 52 estados do país até 6 de maio, segundo o ministro da Saúde, José Angel Córdova.
Até esta segunda-feira, o alerta estava na fase 3. A mudança revela um aumento significativo do alerta, mas não aponta nenhuma conclusão definitiva sobre o quanto a doença ainda pode se espalhar.
A gripe suína já contaminou centenas de pessoas no México, e teve confirmação de infecção nos Estados Unidos, no Canadá, na Espanha e no Reino Unido, entre outros países.
A França, que suspeitava que quatro pessoas podiam estar infectadas, descartou três dos casos detectados em pessoas que viajaram ao sul dos Estados Unidos ou ao México, confirmou o Instituto de Vigilância Sanitária (INVS) local.
Essas quatro pessoas foram submetidas à averiguação ao apresentarem uma série de sintomas, como febre ou mal-estar geral, o que fez com que fossem incluídas na definição de "casos suspeitos" pela INVS.
Veja detalhes sobre as seis fases de pandemia:
- Fases de 1 a 3 (características):
Infecções predominantemente em animais: poucas infecções humanas
* Fase 1:
Não há registros de nenhum vírus de gripe animal circulando entre animais que cause infecções em animais;
* Fase 2:
Sabe-se que um vírus de gripe animal causou infecção em humanos e, portanto, é uma ameaça pandêmica potencial;
* Fase 3:
Vírus de gripe animal ou humano-animal causa casos esporádicos ou grupo de casos em pessoas, mas não há transmissão entre humanos, exceto em circunstâncias específicas;
- Fase 4 (características):
Transmissões significativas entre humanos;
* Fase 4:
Caracterizada pela propagação de humano para humano de um novo vírus capaz de causar surto em comunidades;
"A capacidade de causar surtos significativos em comunidades marca um aumento significativo no risco de uma pandemia".
- Fases 5-6/pandemia (características)
Infecção huamana em larga escala;
* Fase 5:
Caracterizada pela propagação entre humanos de um vírus em ao menos dois países em uma região;
"Enquanto a maioria dos países não será afetada por este nível, a declaração da fase 5 é um sinal forte de que uma pandemia é iminente e que o tempo para finalizar a organização, comunicação e implementação de medidas de alívio é curto";
* Fase 6:
É uma pandemia global caracterizada por surtos espalhados em mais de uma região;
"A designação desta fase indicará que uma pandemia global está a caminho".
- Pós-auge (características)
Possibilidade da repetição de eventos;
Níveis pandêmicos caindo abaixo dos registrados no auge, mas países precisam estar preparados para uma segunda fase.
- Pós-pandemia (características)
Registro de doenças em níveis sazonais;
Fonte: Organização Mundial da Saúde
Trinta e dois aeroportos internacionais do Brasil devem divulgar alerta sonoro
A Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) informou nesta segunda-feira (27) que já determinou a todos os 32 aeroportos internacionais, sob sua administração, que divulgue aviso sonoro com a mensagem da Anvisa, alertando aos passageiros que se encontrarem com os sintomas da influenza a procurarem imediatamente um posto da Agência nos aeroportos.
Segundo nota divulgada pela Infraero, emergencialmente, os aeroportos de Guarulhos (SP), Galeão (RJ) e Brasília (DF) já colocaram o aviso. Até o fim do dia, os outros aeroportos estarão divulgando o alerta.
A Infraero informa que está pronta para colocar em prática os Planos Específicos de Contingência à Influenza em dez aeroportos: Brasília (DF), Campinas (SP), Fortaleza (CE), Galeão (RJ), Guarulhos(SP), Manaus (AM), Natal (RN), Porto Alegre (RS), Recife (PE) e Salvador (BA).
O plano prevê, entre outras ações, que os postos de primeiros socorros dos aeroportos estejam aptos a acompanhar os níveis de alerta pandêmicos no Brasil, definidos pela OMS; atender no posto aos casos suspeitos; fazer uso dos EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) no atendimento nos casos suspeitos; avaliar os sintomas sob suspeitas; e transportar o passageiro suspeito para centros de referência.
"Outras medidas de apoio operacional também estão prontas para serem colocadas em prática, conforme a necessidade das empresas aéreas, como o desembarque especial ou área especial de estacionamento de aeronaves, nos casos que se fizerem necessários", diz a nota.