Hospital em São Paulo examina paciente suspeito
O Instituto de Infectologia de Emílio Ribas confirmou ontem a suspeita do primeiro caso de gripe suína no Brasil. Um mexicano com cerca de 30 anos deu entrada no hospital, no último sábado, com alguns dos sintomas da doença, segundo o médico Edmilson Calore, que examinou o homem. "O paciente apresenta um quadro gripal, mas os exames radiológicos do tórax não sinalizaram algo mais grave", explicou o pneumologista.
Canadá tem seis infectados
O Canadá divulgou ontem os primeiros casos confirmados de gripe suína em diferentes regiões do país, com dois pacientes na província de British Columbia, no Oeste, e quatro na província de Nova Scotia, na costa do Atlântico.
Cidade do México e Nova Iorque - O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC, na sigla em inglês) informou ontem que haviam sido registrados 20 casos de gripe suína em território norte-americano, o mais recente em Ohio. Os outros estados com casos confirmados da doença são: Califórnia, Texas, Kansas e Nova Iorque. A secretária de Segurança Doméstica, Janet Napolitano, declarou ontem estado de emergência de saúde pública no país em virtude do surto da doença. Napolitano disse, ainda, que a medida é um "procedimento operacional padrão".
O prefeito de Nova Iorque, Michael Bloomberg, disse ontem que o CDC confirmou que os estudantes de uma escola de segundo grau, que estiveram em Cancún há duas semanas, foram infectados com o vírus da gripe suína. Bloomberg ressaltou que os casos não são graves e muitos dos doentes já estão se recuperando. A prefeitura agora aguarda os resultados de testes para ver se mais jovens da Escola Preparatória St. Francis, no Queens, foram infectados. Cerca de cem alunos reclamaram dos sintomas da gripe, como febre, dor de garganta e dores no corpo. Alguns dos pais também ficaram doentes.
México
Na Cidade do México, mais cinco pessoas morreram durante a noite de sábado para domingo, sendo que duas foram confirmadas como sendo vítimas da gripe suína. Os outros três casos ainda estão sob investigação. Calcula-se, até agora, que até 81 mortes tenham ocorrido em decorrência do vírus. No entanto, a maioria das cerca de 1.300 pessoas no México suspeitas de estarem infectadas foi declarada saudável, disse ontem o presidente do país, Felipe Calderón.
De acordo com o governante, 900 teriam sido liberadas e cerca de 400 ainda estão sendo examinadas em hospitais. Calderón pediu aos mexicanos, que têm evitado sair às ruas com medo de um contágio, que mantenham a calma e cooperem com as autoridades. "É muito importante atuar rapidamente e atuar com seriedade, mas também é muito importante manter a calma e colaborar com as autoridades e informar os casos", destacou.
Alerta
O diretor-geral assistente para Segurança de Saúde e o Meio Ambiente da Organização Mundial de Saúde (OMS), Keiji Fukuda, disse ontem que é preciso mais tempo e informação sobre o surto da gripe suína antes da OMS mover seu nível de alerta de pandemia para um nível mais alto. O alerta está atualmente na fase 3, que, em resumo, significa infecções predominantemente animais com transmissão nenhuma ou limitada entre humanos. A fase 4 representaria uma transmissão sustentada entre homens.
Fukuda também afirmou que não há evidências de que o surto de gripe suína no México represente um ato de bioterrorismo. "Não existem sinais de que estejamos lidando com ações intencionais.", disse o diretor, em resposta a uma pergunta sobre a recente visita do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ao México, onde até já teriam 81 morrido em decorrência de de uma severa pneumonia.
Fukuda acrescentou ainda que não há confirmações de que a gripe suína esteja se espalhando por meio da ingestão de carne de porco ou de exposição aos animais.
A gripe suína, que tem sintomas semelhantes aos da influenza normal (febre, dores musculares e de cabeça), pode ser contraída tanto pelo contato direto com as secreções das vias respiratórias do porco infectado quanto pelo contato de humano para humano.
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