Ancara Um grupo extremista curdo assumiu na noite de ontem a autoria do incêndio que destruiu um terminal de carga do Aeroporto Ataturk de Istambul, o maior da Turquia, e deixou três feridos. Trata-se da Organização Falcões pela Liberdade do Curdistão (KFFO), vinculada ao grupo guerrilheiro PKK (Partido dos Trabalhadores do Curdistão), que luta pela independência do Curdistão turco. A reivindicação foi feita por intermédio da agência noticiosa curda Firat, baseada em Haia, na Holanda.
Horas antes, as autoridades turcas haviam descartado a hipótese de atentado terrorista. "Essa possibilidade está definitivamente afastada", assegurava o vice-governador da província de Istambul Fikret Kasapoglu. "A causa mais provável é um curto circuito no armazém da empresa Hava."
O fogo no terminal irrompeu por volta das 15h30 (9h30 de Brasília) num armazém onde havia combustível, e alastrou-se rapidamente a outros dois edifícios. Os funcionários do setor, cerca de 250, foram retirados rapidamente do local.
Pelo menos 2 mil pessoas, muitas delas com o pânico estampado no rosto, fugiram do aeroporto, quando observaram o incêndio das imensas vidraças de um dos terminais. "Pensei que um avião havia caído sobre o aeroporto", disse um turista britânico.
O gigantesco rolo de fumaça preta que cobriu os céus de Istambul podia ser visto a 15 quilômetros de distância. "Parecia um eclipse solar", comentou um controlador de vôo. "Interditamos uma das pistas e retiramos vários aviões das proximidades por motivo de segurança", ressaltou o controlador. Essa providência provocou atrasos na decolagem de várias aeronaves. O incêndio causou cortes de energia no aeroporto, impedindo o uso dos computadores. O transporte de bagagens passou a ser feitos de forma manual, retardando ainda mais os embarques.
A situação só voltou ao normal cinco horas depois, quando os bombeiros anunciaram que as chamas haviam sido contidas. Mais de cem bombeiros, 15 viaturas com escadas Magirus e três aviões tanque de combate a incêndios florestais foram mobilizados. Foram completamente destruídos 150 mil metros quadrados de armazéns.
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