Premiê se diz confiante em vitória no Iraque
O primeiro-ministro do Iraque, Nouri al-Maliki, disse ontem estar certo da vitória do Exército do país no combate à rede terrorista Al-Qaeda, enquanto o Exército se prepara para uma grande ofensiva contra os militantes de Falluja, a 60 quilômetros da capital Bagdá. A cidade está na província de Al Anbar, que há dez dias enfrenta a ascensão de milícias sunitas tribais e de militantes do Estado Islâmico do Iraque e do Levante, vinculado à rede terrorista Al Qaeda. Os combates entre os grupos continuaram ontem.
O Estado Islâmico do Iraque e do Levante, grupo vinculado à Al-Qaeda que combate na Síria, fez um chamado ontem a seus seguidores para atacar os rebeldes moderados e a Frente al-Nusra, grupo também aliado à rede terrorista que na terça-feira pediu um cessar-fogo entre os insurgentes.
O chamado é feito na semana em que o Estado Islâmico perdeu território em diversas partes do país, depois de combates contra os moderados do Exército Livre Sírio, que recebem apoio das potências ocidentais e de países do Golfo Pérsico.
Em comunicado, o porta-voz do Estado Islâmico, conhecido como Abu Mohammed al-Adnani, convocou seus combatentes a "esmagar" os grupos rebeldes e colocar como alvo a Coalizão Nacional Síria, grupo político que tem o apoio do Ocidente e pretende assumir a Síria após a queda do ditador Bashar Assad.
"Ataquem, façam campanha e esmaguem eles totalmente para enterrar a conspiração desde seu início. Ou por acaso concordamos ou nos submetemos ao fato de que o Levante [como os islamitas chamam a Síria] seja comandado pela Coalizão Nacional Síria?", diz o comunicado.
Para a entidade, a Frente al-Nusra "deu uma punhalada por trás" no Estado Islâmico e questionou a aspiração do grupo islamita para montar um governo baseado na sharia, a lei islâmica. "Batalhões que levam a bandeira do islã, a quem vocês enganaram? Quem vocês envolveram para lutar contra os guerreiros sagrados?", questiona.
Apesar de ambos os grupos serem aliados da Al-Qaeda e acolherem militantes estrangeiros, a Frente al-Nusra colocou como prioridade a derrubada de Assad. Os islamitas, que combatem na Síria há mais de um ano, cooperaram com outros grupos rebeldes, o que permitiu que mantivessem o domínio de seus territórios.
Enquanto isso, o Estado Islâmico, ramo iraquiano da rede terrorista, entrou na Síria sem consentimento da liderança central da Al-Qaeda, que reconhece a Frente al-Nusra. O grupo ainda passa pela perda de domínio no seu território natal devido a uma operação do Exército iraquiano na província de Al Anbar.
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