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Grupo da casta mais baixa indiana protesta contra decisão da Suprema Corte

Membros do grupo indiano Dalit bloqueiam um trem em uma estação durante protestos contra uma decisão da Suprema Corte | -AFP
Membros do grupo indiano Dalit bloqueiam um trem em uma estação durante protestos contra uma decisão da Suprema Corte (Foto: -AFP)

Ao menos sete pessoas morreram nesta segunda-feira (2) em protestos na Índia contra uma decisão da Suprema Corte que anulou uma lei que estabelecia a prisão imediata para quem discriminasse ou agredisse pessoas de castas mais baixas.  

As manifestações foram feitas pelos dalits, a mais baixa das castas, de acordo com o hinduísmo.  

Embora a Constituição indiana proíba a segregação do grupo, na prática ele continua sendo alvo de ataques, em especial no interior do país. Dados oficiais mostram que 90% dos 145 mil casos de descriminação contra dalits levados a Justiça em 2017 não foram julgados.  

Uma mulher dalit foi linchada na semana passada no estado de Gujarat, no oeste do país, por possuir um cavalo, que é considerado um símbolo de riqueza.  

A lei aprovada era uma tentativa de modificar isso e acelerar a punição a quem discriminar o grupo. A Suprema Corte, porém, decidiu em 20 de março que a nova regra poderia ser usada de modo abusivo e a modificou, estabelecendo que é necessário autorização para que a prisão seja feita.  

Organizações de dalits, que representam uma população de cerca de 200 milhões de pessoas, convocaram então uma greve geral, que culminou com os protestos desta segunda. Segundo elas, a modificação feita pela Suprema Corte torna a lei inócua.  

Imagens de TV mostraram os manifestantes dalits entrando em confronto com policiais em diversas partes do país.  

Foram registrados casos de violência em pelo menos seis estados, incluindo em Madhya Pradesh, no centro do país, onde quatro pessoas morreram, segundo a polícia local. A imprensa indiana noticiou ainda outras três mortes pelo país.  

Nenhuma das vítimas teve o nome divulgado e não há detalhes como as mortes ocorreram.  

O governo do primeiro-ministro Narendra Modi disse que entrou com um pedido para que a Suprema Corte reveja sua decisão e autorize a lei como ela foi aprovada, mas não há um prazo para que a Justiça responda a solicitação.

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