Equipes de socorro realizavam neste domingo (8) sondagens para tentar localizar 33 trabalhadores que estão há três dias presos no fundo de uma mina no Chile. Um deslizamento de escombros ocorrido no sábado (7) tampou a entrada de ar pela qual se esperava resgatá-los.
Ainda não se sabe qual é o estado dos mineiros porque todas as tentativas de comunicação com eles falharam. Rodrigo Jofre, coordenador das famílias dos mineiros, explicou à imprensa que serão realizadas seis sondagens para tentar localizar os trabalhadores.
A primeira máquina perfuradora para realizar os dutos pelos quais serão introduzidas as sondas chegou nesta manhã à mina, que fica perto de Copiapó, 880 quilômetros ao norte de Santiago.
Luis Salazar, um dos integrantes do grupo de resgate, disse que é provável que as sondas alcancem o fundo da mina na madrugada de segunda-feira, já que as rochas do morro onde se localiza a jazida não são muito duras. A ideia é, primeiro, contactar os mineiros, e logo depois enviar-lhes alimentos e água.
As autoridades acreditam que os trabalhadores alcançaram um refúgio ao fundo da mina, que contava com oxigênio e alimentos para 48 horas, além de roupa de frio. Não se sabe quanto oxigênio os mineiros ainda têm. Um dos gerentes da mineradora San Esteban, Pedro Simonevic, disse na sexta-feira que o oxigênio no refúgio era suficiente para dois dias. As equipes de resgate que no sábado conseguiram aproximar-se do ponto onde estariam os trabalhadores indicaram que o ar continua entrando pelas chaminés naturais da mina.
A desesperança e a irritação tomaram conta de centenas de familiares que acampam perto da mina, depois que os escombros deslizaram e taparam os dutos de ar por onde se esperava resgatar os funcionários.
Os ânimos esquentaram no sábado à noite, quando o presidente Sebastián Piñera chegou à mina e se reuniu por 20 minutos apenas com alguns parentes, pouco antes da meia-noite. Piñera explicou depois que "era preferível reunir-se com os representantes dos familiares para ter um conversa mais profunda". Hoje, por meio de uma mensagem enviada de seu palácio, Piñera disse aos mineiros e a seus familiares que eles "não serão deixados sozinhos". O presidente interrompeu sua visita a Bogotá, onde assistiria à posse do presidente Juan Manuel Santos, e regressou ao Chile por causa da tragédia.