Nove tripulantes do navio quebra-gelo "Arctic Sunrise" do Greenpeace, que passaram dois meses em prisão preventiva, já deixaram a Rússia após receber seus vistos, informou à Agência Efe um porta-voz da ONG ambientalista.

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Cinco ativistas britânicos - Anthony Perrett, Iain Rogers, Phil Ball, Kieron Bryan e Alexandra Harris - o canadense Alexandre Paul e o francês Francesco Pisanu voaram para se reunir com suas famílias por volta das 11h locais (5h de Brasília).

O italiano Cristian D'Alessandro, que tomou um voo de volta à Itália nesta manhã, e o sueco de origem russa Dmitri Litvínov, que ontem se tornou o primeiro tripulante do navio quebra-gelo em deixar o país em trem, já estão em suas casas.

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A ONG antecipou que a totalidade dos tripulantes do navio já recebeu o visto de passagem e empreenderão todos a volta com suas famílias ao longo de hoje com a única exceção do polonês Tomasz Dziemianczuk, o último a receber a documentação necessária para sair da Rússia.

A britânica Harris agradeceu através pelo site do Greenpeace o apoio a todas pessoas que se manifestou pela libertação dos chamados "30 do Ártico".

"Milhares de desconhecidos me escreveram cartas, saíram em manifestações, se pronunciaram pela nossa libertação e foram ouvidos no mundo todo, inclusive no Kremlin. Devo expressar meu agradecimento a toda essa gente, e o que farei em primeiro lugar será continuar minha luta contra a destruição do Ártico", escreveu Harris.

Por sua vez, o russo Andrei Allajvérdov, um dos 30 ativistas detidos quando tentavam se acorrentar à plataforma petrolífera da gigante do gás Gazprom em águas do Ártico, advertiu que o caso não concluiu com sua anistia e a de seus companheiros.

"Infelizmente, esta história sobre perseguição injusta por um protesto pacífico ainda não terminou. O processo contra nós foi arquivado, mas o caso ainda não foi encerrado. O navio "Arctic Sunrise" e os pertences da tripulação continuam apreendidos", denunciou Allarjédov.

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Os ativistas do Greenpeace, entre os quais está a brasileira Ana Paula Maciel, foram beneficiados pela anistia geral declarada pelo Parlamento russo por ocasião do 20º aniversário da Constituição russa.

Assim, a Justiça russa arquiva o caso de vandalismo aberto contra os ativistas, que tinham recebido no final de novembro a liberdade sob fiança, mas estavam à espera do fechamento da investigação.

Contudo, o Greenpeace não descarta insistir em que a Justiça russa declare ilegal a detenção e a perseguição judicial de seus ativistas, e não renuncia a recuperar seu navio quebra-gelo "Arctic Sunrise" detido no porto de Murmansk.