Caracas A Comissão de Comunicação Social da Assembléia Nacional da Venezuela, controlada pelo governo, anunciou a convocação de cerca de 30 jornalistas venezuelanos para depor sobre a participação em viagens e financiamentos patrocinados pelos EUA.
Os benefícios aos jornalistas sob investigação são divididos em dois tipos: cursos pagos pelo Departamento de Estado envolvendo treinamento jornalístico muitos com duração de uma semana e financiamentos a ONGs que monitoram a liberdade de expressão.
"Trata-se de uma ingerência por parte dos EUA por intermédio dos meios de comunicação e de jornalistas venezuelanos'', disse anteontem a advogada chavista Eva Golinger, autora da lista de convocados. Segundo ela, os jornalistas receberam de US$ 4 mil a US$ 12 mil para participar de cursos entre os anos de 2000 e 2005.
Os primeiros convocados serão Miguel Ángel Rodríguez, o principal apresentador da emissora oposicionista RCTV, e Roger Santodomingo, ex-diretor do site de notícias antichavista noticierodigital.com.
"Obviamente, o que estão procurando é criminalizar opiniões dissidentes. Não é ilegal na Venezuela receber financiamento desse tipo de outros países'', disse Ewald Scharfenberg, diretor regional do Instituto Prensa e Sociedade (Ipys). Scharfenberg está na lista porque sua entidade recebe dinheiro do Fundo Nacional para a Democracia (NED, na sigla em inglês), que obtém verbas do Congresso dos EUA.