O Grupo de Lima decidiu facilitar a participação de Cuba na procura por soluções para a crise na Venezuela. O grupo, formado por países das Américas para auxiliar a recuperação da democracia no país vizinho, organizou uma reunião de emergência nesta sexta-feira (3), após os confrontos ocorridos na Venezuela na terça-feira, quando o presidente interino Juan Guaidó pediu o apoio dos militares à sua campanha para retirar o ditador Nicolás Maduro do poder.
Participaram da reunião os governos de Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Honduras, Panamá, Paraguai, Peru e Venezuela.
Na declaração divulgada após a reunião, o grupo afirmou que condena "a repressão do regime ilegítimo e ditatorial de Nicolás Maduro que novamente causou mortes e deixou centenas de feridos e detidos".
Os governos propuseram uma reunião urgente com o Grupo de Contato Internacional - grupo formado em fevereiro por países europeus e latino-americanos para buscar solução pacífica para a Venezuela - para "buscar a convergência no propósito comum de conquistar o retorno à democracia na Venezuela", e convidaram outros membros da comunidade internacional para somar esforços para alcançar esse objetivo.
O Grupo ainda reiterou o seu chamado à Rússia, Turquia e os países que ainda apoiam o regime de Maduro para que favoreçam o processo de transição democrática.
Apelo às forças armadas
Na terça-feira (30), durante a intensificação dos conflitos na Venezuela, os chanceleres desses países realizaram uma reunião de emergência, por meio de teleconferência, para discutir a crise no país.
Em um comunicado divulgado após a reunião, o Grupo de Lima afirmou que o movimento para depor o ditador Nicolás Maduro não pode ser classificado como golpe de Estado. Os governos dos países do Grupo responsabilizaram Maduro e seus agentes armados "pelo uso indiscriminado da violência para reprimir o processo de transição democrática e o restabelecimento do Estado de direito na Venezuela."
O Grupo de Lima exigiu ainda o respeito à integridade física dos venezuelanos, em especial dos membros da Assembleia Nacional e da oposição, assim como a liberação dos presos políticos.
Os representantes fizeram ainda um apelo às forças armadas venezuelanas para que abandonem Maduro e declarem sua lealdade a Guaidó.