Uma adolescente paranaense e um médico formado pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) fazem parte do pequeno grupo de quatro brasileiros que prestaram ajuda voluntária aos moradores de Jogjakarta, na ilha de Java, principal cidade atingida pelo terremoto do último dia 27 de maio. Ex-secretário municipal de Saúde de Toledo (1983) e Campo Mourão (1984), o médico Fábio Mesquita, de 48 anos, vive hoje em Jacarta, onde trabalha como Consultor em Redução de Danos do Indonesia HIV/AIDS Prevention and Care Project, um projeto conjunto entre os governos da Austrália e Indonésia de prevenção ao HIV/Aids.
Quando Mesquita foi selecionado para integrar o projeto, logo após o tsunami de dezembro de 2004, ele e a mulher, a jornalista ambiental Fabiana Elias, puderam escolher o país de destino. "Haviam duas alternativas, Indonésia ou Ucrânia. Nós preferimos a Indonésia, justamente quando notamos a necessidade do povo", conta Fabiana. "Viver aqui não é exatamente um passeio. Já nos deparamos com tsunami, atentado à bomba, gripe aviária e agora o terremoto", diz. Na última terça-feira, os dois voaram da capital indonesiana até Jogjakarta, onde se juntaram a ponta-grossense Carla Teixeira Silveira, de 17 anos, para prestarem ajuda às vítimas do terremoto. Carla está no país fazendo intercâmbio pelo Rotary Club. Apesar de morar em Jogjakarta, ela não estava na cidade no dia do tremor, quando foi a Jacarta num evento do Rotary. A outra brasileira que prestou ajuda voluntária foi a paulista Vanessa Sobreira, também integrante do Rotary.
Enquanto Mesquita atuou como médico nos postos de atendimento, as três brasileiras ajudaram na distribuição de alimentos, remédios, água e atendimento farmacêutico. "Dormimos cerca de 3 horas por noite no máximo, e por várias vezes a demanda de trabalho era tão grande que não havia nem tempo para comer. A cidade já não possuía mais hotéis, então ficamos numa pousada que não tinha água encanada e nem vaso sanitário. Não foi fácil não, mas a exaustão, dor no corpo, e cansaço que sentimos agora será certamente substituído por uma deliciosa sensação de dever cumprido. A dor da omissão é muito maior do que a exaustão da ajuda", conclui Fabiana. (BB)