A rede terrorista Haqqani negou alegações do governo do Afeganistão de que o grupo foi responsável pela morte do ex-presidente afegão Burhanuddin Rabbani. Em entrevista à BBC, Siraj Haqqani - um dos principais líderes da rede - também afirmou que sua organização não tem vínculo algum com a principal agência de espionagem paquistanesa, a ISI.

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"Não matamos Burhanuddin Rabbani", disse Siraj. O ex-presidente chefiava o Alto Conselho de Paz e era encarregado de tentar alcançar um acordo negociado para o fim da guerra no país. Ele foi morto em sua residência em Cabul por um homem-bomba que dizia ter uma mensagem de paz da liderança do Taleban, que não quis comentar o assassinato.

Na semana passada, autoridades americanas acusaram a ISI de apoiar a rede Haqqani em ataques a alvos ocidentais no Afeganistão. Os EUA e outros membros da comunidade internacional afirmam que o Paquistão permitir que o Taleban - e a Haqqani em particular - mantenha refúgios seguros em áreas tribais do país ao longo da fronteira com o Afeganistão.

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Com base no Paquistão, a rede Haqqani tem ligações com o Taleban e com a Al-Qaeda, e foi descrita por nações ocidentais como a principal ameaça à segurança do Afeganistão. O grupo foi responsabilizado por centenas de ataques, incluindo um cerco de 20 horas à embaixada americana e à sede da Otan em Cabul no mês passado. A organização é liderada por Jalaludin Haqqani, mas devido a problemas de saúde o líder entregou a maior parte do controle operacional ao seu filho Siraj.

As perguntas foram entregues a Siraj através de um intermediário, que retornou com as respostas do líder em áudio. Sobre as supostas ligações do grupo com a ISI, o líder disse que as alegações têm objetivo de "confundir as pessoas". "(Durante a ocupação soviética nos anos 80,) os combatentes tinham contatos nas agências de inteligência do Paquistão e outros países, mas depois da invasão americana nenhum contato poderia ser eficaz para nós."

Siraj ainda disse que "o jogo que está sendo feito pelo Ocidente está perto de acabar". Em mensagem ao governo e povo do Paquistão, ele disse: "Eles devem ter cuidado com os valores islâmicos. Eles devem entender que a América não vai deixar o Paquistão viver em paz até destruir todas as suas riquezas."

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