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Yevgeny Prigozhin, Grupo Wagner
O líder do grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin.| Foto: Reprodução/Telegram/Yevgeny Prigozhin

O avião particular do chefe do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, aterrissou nesta terça-feira (27) no aeródromo militar de Machulishchi, perto de Minsk, capital de Belarus. A informação foi confirmada pelo grupo investigativo Gayun, que se dedica a fazer o monitoramento de atividade militar no país.

O avião pousou às 7h37 (hora local, 1h37 de Brasília), de acordo com dados da página de rastreamento de voos Flightradar24.

Trata-se de uma aeronave Embraer Legacy 600 com matrícula RA-02795 e que foi incluída na lista de sanções dos Estados Unidos em 2019 por sua conexão com Prigozhin, ainda que com sua antiga matrícula, M-SAAN.

Segundo o Gayun, outro avião particular com a matrícula RA-02878 decolou de São Petersburgo, na Rússia, e pousou pouco depois, às 7h58, também no aeródromo militar de Machulishchi.

Por enquanto, não se sabe se Prigozhin estava a bordo de um desses aviões. O chefe do Wagner chegou a um acordo com o Kremlin no sábado (24), para se exilar em Belarus e não ser processado criminalmente em troca de interromper seu levante.

Na véspera da chegada desses voos, alguns canais do Telegram afirmaram ter visto o empresário de 62 anos em um hotel em Minsk.

O chefe do Wagner foi visto pela última vez em público na noite de sábado, quando deixou a cidade de Rostov-on-Don, no sul da Rússia, em um veículo que ele e seus mercenários haviam levado para iniciar uma marcha que pretendia chegar a Moscou.

Na segunda-feira (26), sem revelar seu paradeiro, Prigozhin postou uma mensagem de áudio em seu canal do Telegram para garantir que com a rebelião armada não queria derrubar o governo, mas sim protestar contra as intenções do Ministério da Defesa russo de desmantelar sua companhia militar privada.

De acordo com o site investigativo russo Important Stories, Prigozhin voou após o motim de Rostov-on-Don para São Petersburgo, de onde fez outros voos no domingo (25) para retornar à antiga capital imperial da Rússia à tarde.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse nesta terça-feira que não tem informações sobre onde está o chefe do Grupo Wagner.

"Não tenho nenhum dado sobre isso. Não posso dizer nada", afirmou Peskov em sua tradicional entrevista coletiva diária por telefone.

Fim das acusações contra o Wagner após motim

Ainda nesta terça-feira, o Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB, ex-KGB) anunciou que encerrou o caso criminal por rebelião armada contra o Grupo Wagner após o motim protagonizado no último final de semana

"O processo criminal iniciado pela rebelião armada do Grupo Wagner foi arquivado", disse o FSB em comunicado citado pela agência oficial de notícias TASS.

A nota acrescenta que "durante a instrução do processo penal (...) sobre rebelião armada, se estabeleceu que no dia 24 de junho seus participantes cessaram as ações diretamente voltadas para a prática desse crime".

O FSB especificou que o caso foi encerrado nesta própria terça-feira. A acusação poderia acarretar uma sentença de 12 a 20 anos de prisão para os envolvidos.

Na segunda-feira, o jornal russo Kommersant afirmou que a investigação ainda estava em andamento, apesar de o Kremlin ter garantido ao chefe do Wagner, Yevgeny Prigozhin, que ele não seria processado e deveria se exilar em Belarus.

Equipamentos militares serão transferidos para tropas russas

O Ministério da Defesa da Rússia, comunicou também nesta terça-feira que está preparando a transferência de equipamentos militares pesados que estavam nas mãos dos mercenários do Grupo Wagner para as tropas regulares do país. A informação foi confirmada pelo gabinete do chefe da pasta, Serguei Choigu.

"Os preparativos estão em andamento para a transferência do equipamento militar pesado da empresa militar privada Wagner para unidades ativas das Forças Armadas russas", diz o comunicado publicado pelo Ministério em seu canal no Telegram.

A Rússia iniciou esse processo depois que o presidente Vladimir Putin, deu, nesta segunda-feria (26) três saídas aos mercenários que se rebelaram no final de semana contra o comando militar: voltar para casa, ir para o exílio em Belarus ou assinar um contrato com o Ministério da Defesa ou outro órgãos de segurança do país.

Isso significa, na prática, o desmantelamento do Grupo Wagner, tal como se conhecia desde que foi criado em 2014 após a eclosão do conflito na região do Donbass, no leste da Ucrânia.

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