Opinião
Papa usa palavras fortes e condena violência em nome da religião
"Violência e opressão". São palavras fortes as usadas pelo papa Francisco na Albânia, condenando a violência cometida em nome da religião. No entanto, o papa não fez nenhuma citação específica a países, grupos religiosos ou situações; trata-se de uma condenação ampla, embora, nas circunstâncias atuais, seja impossível dissociar o discurso papal dos acontecimentos na Síria e no Iraque, assolados pelo Estado Islâmico e também não é possível esquecer da Nigéria, onde os muçulmanos do Boko Haram perseguem cristãos.
Mesmo assim, quem procurar nas palavras mais recentes de Francisco uma diretriz mais clara sobre como lidar com o Estado Islâmico não vai encontrá-la e talvez nem seja essa a função do pontífice. Seguem valendo as declarações feitas há pouco mais de um mês, ao voltar da Coreia do Sul, quando Francisco disse que, "nestes casos, em que há uma agressão injusta, posso apenas dizer que é lícito fazer parar o agressor injusto. Sublinho o verbo: fazer parar. Não digo bombardear, fazer a guerra, mas fazê-lo parar. Os meios pelos quais se pode fazê-lo parar deverão ser avaliados". No entanto, Francisco condicionou qualquer ação à aprovação das Nações Unidas, o que até agora não ocorreu.
Marcio Antonio Campos, editor e blogueiro da Gazeta do Povo
Um grupo com atuação na Síria liderado por um dos homens de confiança de Osama bin Laden representa hoje uma ameaça ainda maior que o Estado Islâmico (EI) para os EUA e para Europa, segundo fontes do governo americano consultadas pelo jornal The New York Times.
Mesmo com uma ofensiva dos EUA contra a milícia radical em andamento, funcionários de inteligência e de segurança nacional do país disseram ao jornal que o grupo Khorasan oferece um risco maior de ataques aos territórios americano e europeu do que o EI, cujo foco seria criar um regime islâmico na Síria e no Iraque.
Até então relativamente desconhecido, o Khorasan teve seu nome citado na última quinta-feira pelo diretor de inteligência nacional, James Clapper, durante audiência em Washington.
O grupo teria surgido na Síria no último ano, liderado por Muhsin al-Fadhli "que, segundo o Departamento de Estado, estaria entre o pequeno grupo de aliados de Bin Laden que sabiam, com antecedência, dos ataques de 11 de setembro de 2001.
Para as fontes de inteligência citadas pelo NYT, a atenção voltada para o EI -principalmente após a execução de dois jornalistas americanos pelo grupo na Síria- fez com que se "distorcesse" a visão sobre real ameaça terrorista que emergiu com a guerra civil na Síria. A Frente al-Nusra, afiliada da Al-Qaeda no país, e o Khorasan seriam os grupos que apresentam maior risco de atentados nos EUA e na Europa. O Khorasan é descrito por agentes de inteligência como uma célula formada por combatentes veteranos da Al Qaeda que atuavam não só no Afeganistão e no Paquistão, mas também na África e no Oriente Médio.
Convocação
O EI convocou simpatizantes em todo o mundo para matar cidadãos de países que fazem parte da coalizão de combate à facção. O chamado foi feito em um discurso de 42 minutos do porta-voz da milícia, Abu Mohammed Ali Adnan, divulgado ontem.
É a primeira vez que a facção incita seus apoiadores à ação em lugares fora do Oriente Médio. O recado é claro. "Mate o infiel, seja ele civil ou militar", diz Adnan, que afirma que não é necessário ter uma arma. "Esmague sua cabeça com uma pedra, atropele-o com um carro, atire-o de um lugar alto, sufoque-o ou envenene-o."
Ele avisa os muçulmanos sunitas de que não é necessário esperar por uma permissão para agir contra "infiéis". São citados com ênfase americanos, franceses, canadenses e australianos. O porta-voz da facção chama Obama de "mula dos judeus". A mensagem é repleta de metáforas relacionadas a tempos antigos. Os soldados inimigos são chamados de "cruzados", em referência às Cruzadas cristãs da Idade Média.
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