O Sinn Fein, o principal partido católico de Ulster, aceitou neste domingo, pela primeira vez de sua história, reconhecer a legitimidade da polícia norte-irlandesa.
Durante uma conferência em Dublin, a grande maioria dos delegados do Sinn Fein aprovou uma moção estipulando o reconhecimento por seu partido da legitimidade da PSNI (Police Service of Northern Ireland).
No passado, os católicos sempre consideraram a polícia parcial em benefício dos protestantes.
Com este voto, o Sinn Fein superou o último obstáculo importante à retomada do processo de divisão do poder entre a maioria protestante, que quer manter os vínculos históricos com o Reino Unido, e a minoria católica republicana, que quer que Ulster seja parte integrante da Irlanda.
Antes da votação, os líderes do Sinn Fein pediram aos delegados que apóiem a moção, que provocou dissensões dentro do movimento republicano.
O presidente do Sinn Fein, Gerry Adams, e seu principal negociador, Martin McGuiness, receberam ameaças de morte, e grupos republicanos dissidentes ostentaram diante do recinto onde era organizada a conferência cartazes proclamando "Sim à retirada britânica - Não à polícia britânica".
Depois do voto deste domingo, cujo resultado positivo era esperado apesar das tensões, cabe ao DUP (Democratic Unionist Party) fazer avançar o processo político. O DUP havia dito que se negaria a formar um executivo com o Sinn Fein enquanto o partido protestante não reconhecesse a legitimidade da polícia.