O alto representante da União Europeia UE) para Relações Exteriores, Josep Borrell, garantiu nesta quinta-feira (17) que foi iniciado "o bombardeio em algumas partes da fronteira" do leste da Ucrânia. Já o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy, disse que as forças pró-Rússia bombardearam um jardim de infância, ação classificada como uma "grande provocação".
Diante dessas informações, Kiev e seus aliados ocidentais temem que a Rússia esteja tentando criar um pretexto para dar início à guerra, por conta dos relatos de bombardeios na linha de frente no conflito de longa data da Ucrânia com separatistas apoiados por Moscou.
Por enquanto, os relatos vindos dos rebeldes pró-Rússia e dos ucranianos a respeito do episódio são conflitantes, mas ambos sugerem um incidente mais grave do que os que são frequentemente registrados na região de Donbass.
A secretária de Relações Exteriores da Grã-Bretanha, Liz Truss, tuitou: "Relatos de suposta atividade militar anormal da Ucrânia no Donbass são uma tentativa flagrante do governo russo de fabricar pretextos para uma invasão. Isso vem direto do manual do Kremlin".
Segundo a Reuters, uma fonte importante do governo ucraniano disse que o bombardeio na linha de contato com as forças separatistas apoiadas pela Rússia foi além da escala de violações do cessar-fogo relatadas rotineiramente durante o conflito. "Não é típico. Parece muito com uma provocação".
Um fotógrafo da agência na cidade de Kadiivka, na região ucraniana de Luhansk ouviu o som de alguns tiros de artilharia vindos da linha de contato, mas não conseguiu determinar os detalhes. Kiev acusou os rebeldes de disparar bombas em vários lugares, incluindo alguns que atingiram um jardim de infância e outros que atingiram uma escola onde os alunos tiveram que fugir para o porão.
Imagens de vídeo divulgadas pela polícia ucraniana mostraram um buraco em uma parede de tijolos em uma sala repleta de detritos e brinquedos infantis. Outra fonte mostra equipes de emergência escoltando crianças pequenas e professores de um prédio.