As alegações de que as forças de segurança iraquianas torturaram detidos, conforme descrição dos documentos secretos divulgados pelo site Wikileaks, servem como uma alerta contra a manutenção no poder do primeiro-ministro iraquiano, Nouri al-Maliki, afirmaram seus principais adversários políticos neste sábado.
Os cerca de 400 mil documentos detalham relatos de militares norte-americanos de supostos abusos cometidos por forças dos EUA e do Iraque antes e após al-Maliki, um xiita, tornar-se primeiro-ministro em maio de 2006.
O bloco oposicionista Iraqiya disse que as alegações demonstram a necessidade de assegurar que al-Maliki não consiga permanecer no cargo por meio do acordo político que foi fechado desde que as eleições nacionais em 7 de março não resultaram em um vencedor claro.
"O tipo de práticas e violações cometidas por al-Maliki é o que nos faz insistir em um mecanismo para participar do processo de tomada de decisão, porque al-Maliki quer ter todo o poder nas mãos, disse a porta-voz da Iraqyia Maysoun al-Damlouji.
O porta-voz do governo, Ali al-Dabbagh, recusou-se a falar sobre os documentos, dizendo que não os tinha visto. Acredita-se que a maior parte das vítimas de abuso nas mãos das forças de segurança iraquianas tenham sido sunitas. Esse grupo apoiou o Iraqiya nas eleições de março contra o bloco de al-Maliki, dominado por xiitas. Embora o Iraqiya tenha conquistado dois assentos a mais do que qualquer outro grupo político na eleição, não conseguiu apoio suficiente para controlar o Parlamento e afastar al-Maliki.
Os documentos que vazaram incluem centenas de relatos militares com indicações de abusos. Em um caso típico ocorrido em agosto de 2006, registrado pela 101ª divisão Airborne, as forças dos EUA descobriram um suspeito de assassinato que alegou que teria sido pendurado no teto com as algemas, torturado com água fervente e apanhado com vergalhões da polícia iraquiana.
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