O grupo radical somali Al Shabaab usou recentes declarações do milionário e pré-candidato republicano à Presidência Donald Trump para mostrar o preconceito contra muçulmanos nos Estados Unidos e recrutar novos militantes.
Segundo o grupo de monitoramento Site, o vídeo de 51 minutos do Al Shabaab mostra as declarações feitas em dezembro por Trump, quando pediu que os EUA barrassem a entrada de todos os muçulmanos no país, ao som de aplausos de seus apoiadores.
A declaração do republicano foi feita em 7 de dezembro passado, após a morte de 14 pessoas no ataque a um centro comunitário em San Bernardino, na Califórnia, atribuído a um casal de muçulmanos radicalizados. Ele pediu o fechamento das fronteiras até que o governo pudesse compreender a extensão da ameaça ao país.
As imagens aparecem entre dois clipes do líder militante Anwar al-Awlaki, morto em um ataque com drone no Iêmen em 30 de setembro de 2011, dizendo que os muçulmanos nos EUA enfrentariam a escolha entre deixar o país americano rumo a nações islâmicas ou ficar e se tornar um combatente do Ocidente.
O filme foi divulgado no Twitter na sexta-feira (1º) pela Fundação de Mídia Al-Kataib, organização militante islâmica.
O pedido de Trump para os EUA barrarem os muçulmanos foi amplamente condenado por políticos americanos. Provocou ainda críticas internacionais e alertas de que poderia, justamente, acabar como propaganda de grupos terroristas anti-EUA.
Al Shabaab luta para derrubar o governo somali e instaurar um governo baseado na lei islâmica, a sharia. Em 2006, seus militantes chegaram a controlar por seis meses o centro e o sul da Somália, incluindo a capital Mogadício. Atualmente, controlam vastas áreas rurais do país.
O grupo tem relações com a rede terrorista Al Qaeda e foi responsável por ataques também no Quênia e na Etiópia.
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