Bagdá (AE/AP) Homens armados trajando uniformes de comandos do Ministério de Interior do Iraque invadiram ontem a sede de uma companhia de segurança e seqüestraram aproximadamente 50 funcionários. Novos episódios de violência resultaram na morte de pelo menos 12 pessoas em diversas partes do país árabe durante o dia.
O ataque à empresa de segurança Al-Rawafid ocorreu em plena luz do dia, no meio da tarde. Os seqüestradores levaram os reféns em sete veículos, disse o major Falah al Mohammedawi, do Ministério de Interior do Iraque.
As vítimas não resistiram porque pensaram que os seqüestradores eram membros de forças especiais do Ministério do Interior, pois trajavam uniformes, explicou Mohammedawi. Entre os reféns estão agentes de segurança, motoristas, técnicos em informática e outros funcionários da empresa. O subsecretário do ministério, general Ahmed al-Khefaji, negou envolvimento de seu departamento no seqüestro e qualificou o episódio como "ato terrorista".
Membros da minoria árabe sunita acusam sistematicamente as forças de segurança dominadas pelos xiitas de promover seqüestros e execuções sob o pretexto de combater insurgentes sunitas. Muitos dos funcionários da Al-Rawafid serviram nas forças armadas de Saddam Hussein, quando os sunitas eram a força política dominante no Iraque.
A empresa de segurança presta serviços a comerciantes e a outros clientes num país tomado pela violência. Um de seus principais clientes é a Iraqna, uma companhia de telefonia celular de propriedade da gigante egípcia Orascom. A sede da companhia de segurança fica em Zayouna, uma bairro volátil de Bagdá onde sunitas e xiitas vivem misturados.
Em outros incidentes, um soldado dos Estados Unidos figura entre as 12 pessoas mortas no Iraque em diversos episódios registrados ontem. Segundo uma contagem da Associated Press, 2.302 militares norte-americanos já perderam a vida no Iraque desde a invasão do país árabe em março de 2003 por forças estrangeiras lideradas pelos EUA.