O Exército do Egito tenta, neste domingo (13), restaurar a ordem no Cairo após semanas de grandes protestos que forçaram a renúncia do ex-presidente Hosni Mubarak. No entanto, as tropas enfrentaram focos de resistência ao agir para desmontar o acampamento armado pelos manifestantes na Praça Tahrir.
Soldados e policiais militares tentaram derrubar as tendas montadas na praça, mas houve brigas com alguns jovens que se recusaram a deixar o local. Muitos residentes dos entornos da praça gritaram dizendo aos manifestantes que é hora de partir. A tensão reflete a fragilidade da situação, enquanto a população pede mais voz no movimento do país em direção à democracia, dois dias depois de Mubarak passar o poder para o Exército.
Ontem os militares prometeram obedecer o tratado de paz com Israel e eventualmente ceder o poder para um governo eleito, mas muitos manifestantes temem que as reformas há muito tempo pedidas sejam deixadas de lado caso eles abandonem os protestos.
A multidão na Praça Tahrir diminuiu do pico de 250 mil no auge das manifestações para alguns milhares neste domingo. A maior parte dos que permanecem no local foi empurrada para as calçadas e as ruas foram reabertas para o tráfego pela primeira vez em mais de duas semanas.
Uma coalizão de grupos de jovens e de oposição que participaram do movimento pediu que as pessoas saíssem das ruas e convocou protestos semanais, todas as sextas-feiras, para continuar pressionando o governo. A coalizão é bastante influente entre a multidão que ocupou a Praça Tahrir, mas seus membros dizem que não são líderes e que não podem evitar a força da "revolução".
Muitos na praça prometeram ficar ali até que todas as suas demandas tenham sido atendidas. O Conselho Supremo das Forças Armadas do Egito assumiu o governo do país, mas até agora os generais não falaram nada sobre como a transição de governo será feita nem como atenderão as demandas dos manifestantes. As informações são da Associated Press.
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