Rebeldes separatistas pró-Rússia fazem guarda nos subúrbios da cidade de Shakhtarsk, na região de Donetsk, na Ucrânia| Foto: Reuters/Sergei Karpukhin

Os grupos armados separatistas pró-russos que combatem no leste da Ucrânia estão se "profissionalizando" e estão se unindo sob um comando unificado de líderes que, em muitos casos, são de nacionalidade russa, revelou nesta segunda-feira (28) a ONU.

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"O que antes eram grupos armados anárquicos com diferentes lealdades e agendas estão se unindo sob um comando central", segundo um relatório do Escritório da alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos.

"Seus líderes, muitos dos quais são nacionais da Federação Russa, são treinados e curtidos pela experiência em conflitos como os da Chechênia (Rússia) e Transnístria (Moldávia)", precisam os observadores da ONU em seu relatório.

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Na apresentação deste documento à imprensa, o chefe da Seção para as Américas, Europa e Ásia Central do alto comissário, Gianni Magazzeni, detalhou que esses grupos armados "são dirigidos, tanto política como militarmente, por cidadãos russos".

Esta cada vez mais unificada força rebelde conta agora com armamento pesado, incluindo morteiros e artilharia antiaérea, tanques e veículos blindados, assim como minas, segundo corroboraram os observadores no terreno.

Assim, as milícias que operam nas regiões de Donestk e Lugansk uniram suas forças para autoproclamar a "República Popular de Novorossia" (Nova Rússia) e, segundo eles, adotaram uma Constituição e estão finalizando os preparativos para o estabelecimento de um autogoverno.

De acordo com o relatório, que é o quarto sobre a situação de direitos humanos no leste da Ucrânia e cobre o período de 8 de junho a 15 de julho, as milícias continuam cometendo sequestros, detenções, torturas e executando pessoas que têm como reféns.

Desta maneira buscam intimidar o resto "e exercer seu poder sobre a população de maneira brutal".

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Por outro lado, o fato de que os grupos armados "já não só sejam de gente local que quer mais autonomia regional ou um Estado separado autônomo, mas estão sendo organizados por combatentes profissionais não ucranianos", está provocando que aumente o discurso antirrusso.

Para controlar isto, os rebeldes estão exercendo um severo controle sobre os meios de comunicação, ameaçando com represálias se não cobrirem "de maneira positiva" suas atividades ou se utilizam as palavras "separatistas" ou "terrorismo".

Tropas da Ucrânia avançam enquanto peritos tentam chegar a local de queda de avião

Reuters

Pelo menos três civis foram mortos durante a noite de domingo para segunda-feira em combates no leste da Ucrânia enquanto as tropas do governo intensificavam sua campanha contra rebeldes pró-Rússia, tomando o controle de uma estratégica área perto de onde o voo MH17 da Malaysia Airlines caiu, disseram autoridades nesta segunda-feira.

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Pesados confrontos nas imediações do local do desastre impediram que monitores internacionais chegassem ao local no domingo para investigar a derrubada do avião, que causou a morte de todas as 298 pessoas a bordo.

Líderes ocidentais dizem ser praticamente certo que os separatistas abateram o avião por engano, usando mísseis terra-ar fornecido pelos russos. A Rússia acusa Kiev de responsabilidade pela derrubada.

O governo ucraniano afirmou nesta segunda-feira que suas tropas recapturaram o controle de Savur Mogila, uma localidade estratégica a 30 quilômetros de onde o Boeing da Malaysia Airlines caiu em 17 de julho.

Os peritos vão tentar retomar seus esforços nesta segunda-feira para chegar ao local da queda, ainda em território sob controle rebelde. Bloqueios de estrada entre a cidade de Donetsk e o local são controlados ora pelo Exército ucraniano, ora pelas forças separatistas, que acusam uns aos outros de impedirem o acesso dos peritos à área.

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