O presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, afastou de sua administração funcionários que foram acusados de mal uso de fundos de ajuda humanitária em Cúcuta, na Colômbia, segundo o jornal venezuelano El Nacional. Após acusações de corrupção, Guaidó ordenou uma investigação sobre o gerenciamento dos fundos previstos para ajuda humanitária aos militares que cruzaram a fronteira para a Colômbia.
Um artigo publicado no jornal Panam Post na sexta-feira (14) apontou três enviados de Guaidó que teriam se apropriado de fundos que deveriam ter sido usados para pagar a estadia dos militares na Colômbia: Rossana Barrera, que é cunhada de Guaidó, Sergio Vergara e Kevin Rojas. "Os alarmes se acenderam quando, segundo me disse um funcionário da inteligência colombiana, Barreras e Rojas começaram a levar uma vida que não correspondia ao que eles eram", acusou o autor do artigo no Panam Post.
Juan Guaidó afirmou que vai "investigar a fundo" o caso. "Para nós, cada centavo é sagrado", disse o presidente interino e líder da Assembleia Nacional pelo Twitter nesta segunda-feira. Ele anunciou que vai solicitar uma investigação do Ministério Público da Colômbia; uma investigação da sociedade civil com a Transparência Internacional; uma investigação da Assembleia Nacional da Venezuela; e o início do processo para nomear um controlador especial.
Após a denúncia, o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos, Luis Almagro, pediu investigação do caso. "Solicitamos à jurisdição competente investigação esclarecedora sobre as sérias acusações, determinar responsabilidades e exigir prestação de contas. Não há democratização possível sob a opacidade de atos de corrupção", disse Almagro.
Em março, o Ministério das Relações Exteriores da Colômbia disse que cerca de mil militares venezuelanos desertaram e pediram refúgio no país, e mais de 400 parentes que eles levaram consigo.
Acusações do chavismo
O regime do ditador Nicolás Maduro fez acusações nesta segunda-feira (17) de corrupção contra Guaidó e sua administração. Jorge Rodríguez, vice-presidente de Comunicação, Cultura e Turismo do regime chavista disse que Guaidó e sua administração roubaram mais de US$ 1 bilhão dos recursos enviados para ajuda humanitária em Cúcuta e fundos da empresa de petróleo Citgo, segundo o jornal venezuelano Efecto Cocuyo.
"É uma gigantesca trama de corrupção que desvia o dinheiro de nossas crianças, de medicamentos, para comprar álcool e pagar prostitutas (...) Na noite de 23 de fevereiro, esses deputados gastaram mais de US$ 1 milhão", disse Rodríguez, em referência ao dia em que a oposição tentou levar a ajuda humanitária da Colômbia para a Venezuela.
Maduro disse em pronunciamento na televisão estatal que "enquanto estamos trabalhando, a oposição venezuelana está em um festim de corrupção".
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