O presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, anunciou que voltará ao país após giro internacional e pediu que os cidadãos venezuelanos retomem as ruas e a mobilização contra o regime de Nicolás Maduro. Em vídeo divulgado nesta segunda-feira (10) em redes sociais, Guaidó disse que voltará "assumindo os riscos" e disposto a "fazer o que for necessário para conquistar nossa liberdade".
Guaidó está nos Estados Unidos, onde participou do discurso do Estado da União como convidado do presidente Donald Trump e foi recebido pelo republicano na Casa Branca. Os EUA prometeram novas medidas para aumentar a pressão sobre Maduro. O venezuelano destacou que os países que o reconhecem como líder legítimo estão "dispostos a aumentar a pressão para o máximo nível necessário".
"Retorno com compromissos de nossos aliados, com ações e medidas que serão executadas e com o chamado ao nosso povo para voltemos a reativar a luta e a mobilização popular", disse Guaidó no vídeo. Antes de sua visita aos EUA, Guaidó esteve na Colômbia, Europa e Canadá.
A data e a rota do retorno de Guaidó, que viajou em 19 de janeiro, não foram divulgadas. Essa é a segunda vez que ele sai da Venezuela depois de ter sido proibido pelo regime chavista de deixar o país. No entanto, Diosdado Cabello, o número dois do chavismo, afirmou nesta segunda-feira que "nada vai mudar" depois da viagem internacional de Guaidó. "Ninguém sabe quando terminará o seu passeio turístico. Na verdade, isso não nos afeta. Ele não é nada e o que é nada não pode ser outra coisa senão nada", disse Cabello a jornalistas.
Na semana passada, os EUA anunciaram novas sanções contra a Venezuela, dessa vez, contra a companhia aérea estatal Conviasa. Apoiadores de Maduro realizaram uma marcha em Caracas nesta segunda-feira contra as novas sanções norte-americanas. Maduro ordenou à sua vice-presidente, ao ministro das Relações Exteriores e ao procurador-geral que iniciem os procedimentos para denunciar o governo dos EUA na Corte Internacional de Justiça, segundo o jornal Efecto Cocuyo.
O pedido de Maduro foi feito pelo "dano causado às empresas nacionais" por parte do governo Trump, entre as quais estão a Conviasa, a estatal de petróleo PDVSA e o Banco Central da Venezuela. O ditador acusou Guaidó por essas ações.
"Temos que apontar com o dedo o responsável por estas sanções; se chama Juan Guaidó, que procurou estas sanções e disse a seus amos do Norte para sancionar essa empresa, aumentar as sanções contra a Venezuela", disse Maduro nesta segunda-feira.
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