O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, órgão responsável por realizar e fiscalizar as eleições no país, anunciou nesta sexta-feira (22) que prestará assistência técnica para as primárias que a oposição ao chavismo realizará no dia 22 de outubro para definir o candidato que enfrentará o ditador Nicolás Maduro na eleição presidencial de 2024.
O anúncio fez o líder opositor Juan Guaidó acusar o CNE de tentativa de sabotagem.
O presidente do órgão eleitoral, Elvis Amoroso, justificou que em junho o CNE recebeu uma solicitação de assistência técnica para o processo assinada por Jesús María Casal, presidente da Comissão Nacional de Primárias (CNP) da oposição.
Entretanto, a CNP desistiu dessa ajuda e decidiu realizar o processo sozinha porque ainda em junho todos os então cinco membros titulares do CNE, começando pelos reitores ligados ao governo, renunciaram às suas cadeiras.
Essa debandada deu início a um processo para uma nova formação do colegiado, concluído em agosto pela Assembleia Nacional da Venezuela, controlada pela ditadura de Maduro.
O controlador-geral da Venezuela, Elvis Amoroso, responsável pela inelegibilidade de opositores a Maduro, como María Corina Machado, se tornou o novo presidente do CNE. A nova composição do órgão tem três reitores chavistas (Amoroso e mais dois) e dois da oposição.
“Definam os centros de votação, respeitem a data e não sabotem, simples assim. Qualquer outra coisa neste anúncio de um CNE sequestrado pela ditadura apenas visa sabotar e 'colocar moscas na sopa' das primárias”, escreveu Guaidó no X nesta sexta-feira.
Em comunicado divulgado após o anúncio do CNE, a comissão das primárias da oposição informou que “conversará nas próximas horas com os candidatos das primárias e fatores políticos que apoiam o processo”. Depois disso, a CNP deve anunciar se aceita a assistência técnica oferecida pelo CNE ou se realizará o processo sozinha.
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