O presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, convocou uma nova manifestação para o próximo sábado (30) no país, com o objetivo de exigir a saída do ditador Nicolás Maduro do poder e de rechaçar a falta de serviços públicos – um segundo apagão nacional afeta o país desde a segunda-feira.
Ainda no discurso feito em um ato público nesta quarta-feira (27), em Caracas, Guaidó anunciou o início da fase preparatória da chamada “Operação Liberdade” e deu detalhes da ação, que tem como objetivo pôr fim no regime de Maduro e resgatar a democracia no país.
Guaidó falou que no próximo dia 6 de abril será realizada uma simulação do plano, que ele descreveu como “a fase máxima de pressão” que permitirá alcançar “o fim da usurpação” de Nicolás Maduro.
Leia também: Cuba se torna o foco dos EUA na luta contra Maduro. Entenda
O plano começa com a organização de comitês “de ajuda e liberdade” em todo o país. Guaidó disse que a oposição vai visitar regiões da Venezuela para participar da organização desses comitês, que seriam as bases da operação em cada bairro, com a tarefa de "comunicar e informar". Voluntários devem se registrar com coordenadores designados em cada município.
O líder ainda apelou para os soldados das forças armadas, “vocês serão fundamentais nesse processo”. Guaidó também pediu aos policiais que se juntem à sua campanha.
Para ele, é necessário que a FANB (Força Armada Nacional Bolivariana) se coloque “ao lado da constituição” e rechace as ordens de Maduro, e que as forças da ordem pública protejam os manifestantes da ação dos grupos de civis armados aliados de Maduro, conhecidos por “colectivos”, que usam da força para reprimir manifestações contra o regime.
Sobre o protesto deste sábado, Guaidó afirmou que é preciso ter 20 ou 30 pontos de concentração, para diminuir as chances de repressão.
Leia também: Chile discute prisão para quem negar crimes da ditadura de Pinochet
Intervenção estrangeira
O presidente interino falou sobre a possibilidade de acionar o artigo 187 da constituição venezuelana, que autoriza a Assembleia Nacional, liderada por Guaidó, a pedir que forças militares estrangeiras intervenham no território venezuelano. “É uma opção constitucional, mas não se pode aprová-la de qualquer jeito porque não queremos uma invasão russa”, afirmou. “Nenhuma opção nas mãos de um terceiro nos exime da responsabilidade nas mãos de todos os venezuelanos”, disse ainda, acrescentando que “somos nós os responsáveis por sair dessa tragédia”.
Leia também: Maduro diz que firmará 20 acordos com a Rússia em abril
Apagão
O desespero tem se aumentado entre os venezuelanos enquanto as horas passam e o apagão que atinge grandes áreas do país desde a segunda-feira não é solucionado. Duas semanas atrás, outro apagão de nível nacional paralisou o país.
A energia elétrica tem funcionado de forma intermitente desde a segunda-feira. No começo da noite desta quarta-feira, grande parte de Caracas sofreu um novo apagão.
A situação é dramática em hospitais. Há relatos de falta de água e hospitais mantendo em funcionamento apenas as unidades de emergência.
Boicote do agro ameaça abastecimento do Carrefour; bares e restaurantes aderem ao protesto
Cidade dos ricos visitada por Elon Musk no Brasil aposta em locações residenciais
Doações dos EUA para o Fundo Amazônia frustram expectativas e afetam política ambiental de Lula
Painéis solares no telhado: distribuidoras recusam conexão de 25% dos novos sistemas