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Guaidó promete desafiar Maduro ao forçar entrada de ajuda humanitária

Membros da Polícia Nacional Bolivariana (PNB) se alinham para proteger a entrada da Universidade Central da Venezuela (UCV) em Caracas, durante um protesto contra o regime, em 30 de janeiro de 2019 | LUIS ROBAYO/AFP
Membros da Polícia Nacional Bolivariana (PNB) se alinham para proteger a entrada da Universidade Central da Venezuela (UCV) em Caracas, durante um protesto contra o regime, em 30 de janeiro de 2019 (Foto: LUIS ROBAYO/AFP)

O autodeclarado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, disse, em entrevista à agência de notícias Associated Press nesta sexta-feira, 1º, que vai fazer com que um carregamento de medicamentos doados por nações vizinhas entre no país, em uma desafio ao governo de Nicolás Maduro, que impede a entrada de ajuda humanitária. "Nós não estamos pedindo ajuda só dos Estados Unidos", disse Guaidó. "Nos próximos dias, vamos anunciar uma coalizão global para ajudar a Venezuela." 

Segundo o autodeclarado presidente, a ação será um teste para os militares venezuelanos, cuja cúpula está do lado de Maduro desde que começaram os protestos contra sua administração. "Em algumas semanas, eles vão ter de escolher se vão deixar a ajuda entrar no país ou se vão ficar do lado de Nicolás Maduro", afirmou Guaidó, que recentemente ofereceu anistia aos militares em um esforço para derrotar o governo chavista. 

Leia também: Apoio de militares a Maduro está no limite, diz Mourão

Guaidó, que se declarou presidente interino do país na semana passada e foi reconhecido por países como Estados Unidos, Brasil, Colômbia e Canadá, argumentou que Maduro foi reeleito em eleições fraudadas, no ano passado. Maduro descreveu o ato de Guaidó como uma vil tentativa de golpe. O líder chavista tem o controle da maior parte do governo venezuelano, incluindo a companhia de petróleo estatal. 

No começo da semana, os Estados Unidos anunciaram sanções contra o governo de Maduro, barrando as importações venezuelanas de petróleo, o que vai custar US$ 11 bilhões aos cofres chavistas no ano que vem.

O autodeclarado presidente descreveu as sanções como um meio para impedir que a administração chavista roube a riqueza venezuelana. "Não são só os Estados Unidos. Nosso Parlamento e a presidência em exercício pedem para proteger os ativos do nosso país."

Segundo Guaidó, a melhor saída para a crise na Venezuela é uma eleição transparente. Mas diz saber que Maduro só sairá se for pressionado por sanções econômicas, protestos de rua e pelos militares venezuelanos. "Nós temos que erodir os pilares que sustentam a ditadura", disse.

Guaidó acrescentou que a oposição vai continuar pressionando até a "cessar a usurpação de poder" de Maduro.

Rússia e China

Um dia antes, na quinta-feira (31), enquanto apresentava suas estratégias para a retomada econômica do país, Guaidó fez um aceno aos principais apoiadores de Maduro no cenário internacional: China e Rússia.

“Uma mudança de governo também é boa para a China e a Rússia", declarou o presidente interino, salientando a necessidade de segurança jurídica para todas as empresas, incluindo chinesas e russas. De acordo com o site Infobae, ele ainda disse que, no futuro que planeja para a Venezuela, deve haver espaço para os atuais aliados do regime chavista, sob as mesmas regras que os demais países.

Intervenção americana

Em entrevista à CNN na quinta-feira (31), Guaidó se recusou a descartar a opção de um apoio militar dos EUA, dizendo que o povo venezuelano quer acabar com a ditadura do presidente Nicolás Maduro com "qualquer pressão que seja necessária". Logo depois ele advertiu que espera que isso não ocorra.

"Aqui na Venezuela estamos fazendo tudo o que podemos para pressionar, para que não tenhamos um cenário que ninguém desejaria ter".

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