O presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, acusou nesta sexta-feira o ditador Nicolás Maduro de não permitir que os cidadãos coletem assinaturas para ativar um referendo de revogação do mandato da presidência. “Do que Maduro tem medo? Nem sequer permitirá assinaturas com um CNE [Conselho Nacional Eleitoral] sequestrado por você. Vocês são mais fracos do que qualquer um acredita. A ditadura não cuida da forma, é evidente, é uma minoria e continua roubando o voto”, disse Guaidó no Twitter.
O CNE marcou para a próxima quarta-feira, 26 de janeiro, o dia em que os cidadãos poderão coletar assinaturas suficientes – correspondentes a 20% do eleitorado de cada estado – para ativar o referendo. A entidade informou que também serão criados 1,2 mil centros de votação em todo o país, levando em conta o “peso eleitoral de cada entidade federal do país”.
Segundo o CNE, o registro eleitoral que será utilizado para validar este processo de coleta de assinaturas será o mesmo que foi aprovado para as eleições regionais e locais de 21 de novembro do ano passado, com 21.929.987 eleitores habilitados. “A fim de cumprir o requisito de ativar o referendo de revogação presidencial, 20% do registro eleitoral deve ser alcançado, como estabelecido pela Sala Constitucional do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) em 2016”, acrescentou.
César Pérez Vivas, um dos promotores da campanha pelo referendo revogatório, criticou o calendário divulgado pelo CNE para este processo. “É uma palhaçada anunciar hoje, para a próxima quarta-feira, a abertura de 1,2 mil centros para que 20 milhões de cidadãos possam exercer o seu direito de voto. Isso é como colocar mil litros de água num recipiente de cinco litros”, reclamou no Twitter.