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Um guarda afegão foi morto nesta segunda-feira (23) em uma troca de tiros com homens armados não identificados no portão norte do aeroporto de Cabul, informaram as forças armadas da Alemanha. No confronto também estiveram envolvidos soldados alemães e americanos. Três guardas ficaram feridos. De acordo com um funcionário da Otan, pelo menos 20 pessoas morreram nos arredores e dentro do aeroporto na última semana.
Uma semana depois da vitória do Talibã na capital afegã, o aeroporto da cidade ainda está lotado de afegãos e estrangeiros que tentam embarcar em um voo para deixar o país, temendo represálias do militantes extremistas. O presidente dos EUA, Joe Biden, disse no domingo que espera completar a evacuação de americanos do Afeganistão até 31 de agosto, prazo que seu governo estabeleceu para a retirada completa da presença dos EUA em solo afegão. Mas ele acrescentou que uma extensão está sendo considerada.
"Há discussões sobre a extensão. Nossa esperança é que não seja necessária", disse Biden. "Não há como evacuar toda essa gente sem dor. Muitas coisas podem dar errado", acrescentou Biden, também reconhecendo a possibilidade de um ataque terrorista nas proximidades do campo de aviação pela filial do Estado Islâmico (EI) no Afeganistão.
Na semana passada, Biden havia comentado que, se fosse necessário, manteria as tropas americanas no país para além da data determinada, a fim de garantir a segurança de todos os americanos que aguardam o retorno para casa. Nesta segunda-feira, o Talibã afirmou, por meio do porta-voz Suhail Shaheen, que não aceitará a prorrogação da retirada. Se isso ocorrer, ele disse, haverá consequências.
De acordo com estimativas da Casa Branca, ainda há entre 10 mil e 15 mil americanos no Afeganistão que precisam ser evacuados, além de entre 50 mil e 65 mil afegãos e suas famílias que os EUA também querem retirar do país.