A Guarda Nacional Bolivariana cercou o prédio da Assembleia Nacional da Venezuela, de maioria opositora, e impediu a passagem da imprensa que acompanharia a sessão parlamentar na tarde desta terça-feira (7). Segundo relatos de jornalistas que estavam no local, a ordem para o bloqueio à sessão veio da "Casa Militar".
Grupos armados conhecidas como "coletivos" também estavam na região com o intuito de intimidar e ameaçar os jornalistas, segundo o Sindicato Nacional de Trabalhadores da Imprensa da Venezuela.
Durante a sessão da Assembleia Nacional, a energia elétrica do prédio foi cortada e o site NetBlocks informou que os serviços do Google, do Youtube e do Bing estavam restritos na Venezuela desde o meio dia (13h no horário de Brasília) – a plenária tampouco pôde ser assistida pela televisão nacional, já que os canais não a transmitem.
Também há relatos na imprensa venezuelana de que os aeroportos Metropolitano, ao sul de Caracas, e Higuerote, no litoral norte, foram tomados pela Guarda Nacional e pela Força de Ação Especial da Polícia Nacional Bolivariana (Faes).
Enquanto isso, no Congresso, Juan Guaidó, presidente do Legislativo e da Venezuela, reuniu-se com os embaixadores da Alemanha, Grécia, França, Polônia, Inglaterra, Espanha, Portugal, Itália, Holanda, Romênia e União Europeia. E no plenário, os deputados discutiam o retorno da Venezuela ao Tratado Interamericano de Assistência Recíproca (Tiar), que possibilitaria uma intervenção militar para restaurar a democracia na Venezuela.
Há temores de que o bloqueio dos jornalistas ao prédio da AN e a tomada dos aeroportos sejam parte de um plano para prender deputados opositores. Na segunda-feira (6), o chavista Diosdado Cabello disse que a Assembleia Nacional Constituinte vai retirar a imunidade parlamentar dos deputados da AN que participaram da tentativa de levante de Guaidó em 30 de abril.
No início da tarde, o canal NTN24 Venezuela informou que o Tribunal Supremo de Justiça ordenou investigação contra os deputados da oposição Henry Ramos Allup, Luis Florido, Marianela Magallanes, José Simón Calzadilla, Andrés Delgado Velázquez, Americo De Grazia y Richard Blanco por participação na Operação Liberdade.
Deixe sua opinião