Estudantes começam greve de fome para exigir a presença de missão de direitos humanos em Caracas| Foto: Juan Barreto/AFP

Protesto

Estudantes fazem greve de fome

Da Redação com agências

Um grupo de estudantes venezuelanos iniciou ontem uma greve de fome em frente da sede da Organização dos Estados Americanos (OEA) para forçar o governo a autorizar a entrada no país de representantes da Comissão Interame­-ricana de Direitos Humanos (CIDH).

"Estamos prontos para morrer se o governo nacional não executar o que estamos pedindo fazendo. A CIDH tem que vir para a Venezuela", disse Julio Rivas, um dos líderes do movimento estudantil. Ele disse ainda que os partidos políticos podem contar com os jovens para lutar pela democracia.

Essa não é a primeira vez que o governo Chávez enfrenta uma greve de fome de estuidantes. Em setembro passado, um grupo de estudantes protestou em frente à sede OEA, em Caracas, com uma greve de fome em solidariedade aos "presos políticos" e pedindo à entidade multilateral que verificasse a situação dos detentos.O chavismo enfrenta dura oposição dos universitários.

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Caracas - O Instituto Nacional de Terras (Inti) da Venezuela e a Guarda Nacional ocuparam nos últimos dias pelo menos 31 propriedades agrícolas situadas em diversos estados, entre elas a fazenda de um líder da oposição, Manuel Rosales, atualmente exilado no Peru.

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De acordo com o ministro da Agricultura, Elías Jaua, estas ações fazem parte de uma política de recuperação de terras "ocio­­sas’’ ou cujo título de propriedade não cumpre os requisitos exigidos.

Jaua reportou intervenções em 16 propriedades na parte sul do Lago de Maracaibo (oeste), nos estados de Zulia, Mérida, Trujillo e Táchira, de um total de quase 20 mil hectares. No estado de Guárico (centro), foram confiscadas nove propriedades, e em Barinas (centro-oeste), pelo me­­nos seis.

Em Zulia, estão sendo estudados os títulos de propriedade de outras 12 propriedades.

"Estamos agindo dentro da lei. Ninguém, por mais líder da oposição ou do governo que se­­ja, poderá se proteger em sua posição de líder político para in­­fringir as leis da República’’, afirmou.

Segundo o governador opositor de Zulia, Pablo Pérez, a fazenda La Milagrosa, propriedade de Manuel Rosales, foi ocupada no domingo pela Guarda Nacional em um ato que o político chamou de "assalto’’.

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Segundo o jornal venezuelano El Nacional, um dos advogados de Rosales, Ney Molero, descreveu ontem a iniciativa do go­­verno como um "confisco’’.

"É um roubo comum. A Cons­­tituição e as leis preveem que para haver uma expropriação deve haver um julgamento e um pagamento prévios. Aqui tiram a sua propriedade sem qualquer julgamento anterior’’.

Em Guárico, o proprietário de uma das fazendas confiscadas garantiu que seu terreno não estava improdutivo.

"Temos gado de carne, te­­mos plantação de milho. Ali são produzidos mais de 50 mi­­lhões de sacos de farinha de pão para os venezuelanos todos os anos’’, disse à imprensa local Blas Pérez.

Desde 1999, quando Chávez assumiu a Presidência da Vene­­zuela, estima-se que o governo já tenha confiscado cerca de 2,5 milhões de hectares de terras.

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