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Tropas israelenses combateram guerrilheiros do Hizbollah em todo o sul do Líbano no domingo e ataques aéreos atingiram subúrbios de Beirute à medida que o Exército israelense mantém sua ofensiva na véspera do início do cessar-fogo mediado pela Organização das Nações Unidas (ONU).

O gabinete de Israel aprovou a resolução do Conselho de Segurança da ONU que pede o fim dos combates, e a ONU disse que os líderes israelenses e libaneses concordaram que a trégua entrará em vigor a partir das 2h (horário de Brasília) da segunda-feira.

O Hizbollah lançou neste domingo seu ataque mais pesado a Israel desde o começo da guerra. Autoridades de segurança disseram que mais de 250 foguetes foram lançados, matando um homem de 70 anos e ferindo pelo menos 91 pessoas. Alguns atingiram o centro da cidade portuária de Haifa, mas não houve relato imediato de vítimas.

O Exército israelense afirmou que cinco soldados foram mortos e 25 ficaram feridos nos combates do domingo. O sábado foi o dia mais mortífero da guerra, com 19 soldados mortos e cinco desaparecidos, provavelmente mortos, depois de um helicóptero ter sido abatido pelo Hizbollah.

Fontes de segurança libanesas informaram que ataques aéreos de Israel mataram pelo menos 22 pessoas.

Autoridades israelenses disseram que Israel acredita que terá que usar a força para impedir que o Hizbollah se rearme e para liberar posições de guerrilhas fora do sul do Líbano depois que a trégua entrar em vigor. Eles disseram que essas operações "defensivas'' são permitidas pela resolução da ONU.

Diplomatas ocidentais e autoridades da ONU temem que a ampla definição israelense de ações "defensivas" possa levar ao ressurgimento do combate em larga escala e impedir a organização das tropas internacionais que irão monitorar o cessar-fogo.

A ministra das Relações Exteriores de Israel, Tzipi Livni, repetiu a posição israelense de que suas tropas só irão se retirar quando as forças de paz chegarem --o que a ONU acredita que deva demorar até 10 dias.

O líder do Hizbollah, Sayyed Hassan Nasrallah, disse no sábado que seus guerrilheiros vão respeitar o cessar-fogo, mas que se reservam o direito de combater soldados israelenses que ainda estejam em solo libanês.

O gabinete libanês aprovou a resolução no sábado, mas uma reunião agendada para este domingo foi adiada por conta de divisões sobre se haveria discussão a respeito do desarmamento do Hizbollah, disse uma fonte do governo.

Ataques aéreos

Israel, que tem cerca de 30.000 soldados no Líbano, ampliou sua ofensiva na sexta-feira, apesar da resolução da ONU.

Aviões israelenses atingiram alvos em mais de 50 vilarejos e cidades, disseram fontes de segurança libanesas, matando pelo menos oito pessoas no sul do LÍbano e 12 no vale do Bekaa.

Várias explosões sacudiram Beirute, e espessas colunas de fumaça branca se ergueram sobre os subúrbios da zona sul da cidade, controlados pelo Hizbollah. O ataque destruiu 11 prédios residenciais. Testemunhas e fontes de segurança disseram que duas crianças foram mortas.

O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, disse que os combates devem terminar imediatamente, para poupar as vidas de civis.

"Os combates devem terminar agora, para respeitar o espírito e a intenção da decisão do Conselho de Segurança, cujo objetivo foi poupar vidas civis, evitando a dor e o sofrimento pelos quais vêm passando civis de ambos os lados'', afirmou ele.

Já morreram na guerra pelo menos 1.087 pessoas no Líbano e 149 israelenses, incluindo 109 soldados.

Analistas disseram que o cessar-fogo pode não se manter, especialmente com tropas israelenses ainda presentes no Líbano.

O jornal israelense Haaretz divulgou que o governo de Israel está disposto a discutir a possível libertação de prisioneiros do Hizbollah em troca da libertação dos dois soldados israelenses capturados em 12 de julho --o que provocou o início da guerra.

O Exército de Israel disse que lançou mais de 100 ataques aéreos ao Líbano desde o início da noite de sexta-feira, atacando mais de 50 postos de comando do Hizbollah, dois lançadores de míssil e dois veículos que carregavam armas da Síria para o vale de Bekaa.

Israel afirmou ter matado mais de 40 guerrilheiros do Hizbollah nas últimas 24 horas. O Hizbollah informou que um guerrilheiro morreu no domingo.

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