As Coreias do Sul e do Norte celebraram, nesta sexta-feira, o 60º aniversário da guerra que matou milhões de pessoas e oficialmente não acabou, acusando-se mutuamente de abastecer as fortes tensões na península.

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Durante uma cerimônia solene em Seul que lembrou o início da Guerra da Coreia, o presidente Lee Myung-bak pediu que o Norte interrompa suas "temerárias provocações militares" e se desculpe por ter afundado um navio de guerra sul-coreano.

O conflito de três anos, que começou com a invasão norte-coreana, deixou a Coreia em ruínas e matou quase três milhões de pessoas, segundo a maioria das estimativas. Ela terminou com um armistício, não com um tratado de paz, fazendo com que as Coreias continuem tecnicamente em guerra há seis décadas.

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Pyongyang nega o envolvimento no naufrágio sul-coreano, durante o qual 46 pessoas morreram, e acusa o Seul de se juntar a uma campanha norte-americana de difamação para elevar as tensões. Além disso, advertiu que represálias do Sul podem levar a uma nova guerra.

A Coreia do Norte afirma que o conflito entre 1950 e 1953 foi disparado por provocações do Sul e de seu aliado, os Estados Unidos, que ainda mantém 25.500 militares ao sul da fronteira.

Centenas de veteranos sul-coreanos e de outros países que participaram da guerra se juntaram a famílias, diplomatas e convidados para a cerimônia em Seul. Dentre eles estava o duque de Gloucester, primo da rainha Elizabeth II.

O governo de Barack Obama ridicularizou a Coreia do Norte por afirmar que os Estados Unidos devem US$ 65 trilhões ao país por causa dos prejuízos com a guerra da Coreia.

Segundo Pyongyang, o valor inclui US$ 26,1 trilhões devidos por "atrocidades" de guerra, afirmando que o conflito resultou em mais de 5 milhões de norte-coreanos mortos, feridos, sequestrados ou desaparecidos.

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Um funcionário do Departamento de Estado disse nesta sexta-feira que o país comunista é um "caso perdido" em razão do fracasso de suas políticas e chamou o pedido de compensação de "absurdo".

Ao lembrar o 60º aniversário do início do conflito, o porta-voz do Departamento de Estado, P.J. Crowley, disse que a Coreia do Norte não tem ninguém para culpar a não ser a si mesma por seu isolamento e disse que Pyongyang deveria cumprir os acordos e desistir de suas armas nucleares, além de parar de ameaçar seus vizinhos.

Na quinta-feira, a Coreia do Norte disse que o custo monetário de seu sofrimento por causa do conflito chega a US$ 65 trilhões, cinco vezes a dívida dos Estados Unidos.

Os Estados Unidos também advertiram a Coreia do Norte a conter as "ações que agravaram as tensões", em meio a temores de que Pyongyang esteja se preparando para uma nova rodada de testes de mísseis.

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