A polícia do México encontrou nesta segunda-feira (29) 16 corpos desovados na cidade fronteiriça de Tijuana, aparentemente vítimas de uma vingança pela prisão do matador de uma gangue local de traficantes de drogas, segundo o gabinete do procurador-geral do país.
Um total de 12 corpos com sacos plásticos na cabeça foi empilhado perto de uma escola do primeiro grau localizada na zona leste da cidade. A escola estava fechada, mas moradores do local subiram no teto de suas casas para ver as vítimas, que haviam sido baleadas na cabeça.
Outros quatro corpos cujos braços e pernas estavam presos com fita isolante foram jogados na frente do gabinete do procurador-geral em Tijuana - algo comum em meio aos assassinatos realizados por traficantes, um problema que assola o México enquanto seus poderosos cartéis lutam contra as forças de segurança e entre si.
Mensagens de aviso deixadas junto dos dois grupos de corpos indicavam que a matança poderia ser uma resposta à prisão, no fim de semana, de um assassino que trabalhava para o cartel Arellano Felix, o maior de Tijuana.
"Não descartamos a hipótese de isso ser uma reação à prisão de um dos membros mais importantes do cartel Arellano Felix", disse um porta-voz do gabinete do procurador-geral do Estado de Baixa Califórnia.
O grupo maior de vítimas, aparentemente mortas nas primeiras horas de segunda-feira, foi jogado em um terreno baldio existente ao lado de um muro no qual há uma pintura com o rosto do governador da Baixa Califórnia, Jose Gadalupe Osuna.
Cidades de fronteira como Tijuana, ao sul de San Diego (EUA), transformaram-se em terrenos de batalha em meio à sangrenta guerra travada no México pelos cartéis de tráfico de drogas e as forças de segurança. O conflito já deixou cerca de 3.000 mortes apenas neste ano.
O presidente mexicano, Felipe Calderón, fez da luta contra os cartéis uma das prioridades de seu governo. Mas a violência no país atinge hoje níveis sem precedentes. Calderón assumiu o governo no final de 2006.
Assassinos dos cartéis de traficantes lançaram seu primeiro ataque contra a população civil neste mês, detonando uma granada no meio de um grupo de pessoas que celebrava o dia nacional do país na cidade natal de Calderón.
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