Cem dias após os ataques sem precedentes do grupo terrorista Hamas a Israel, o conflito na região segue sem perspectivas de cessar-fogo – e com o risco de se expandir para outras frentes de batalha. Em um discurso divulgado para marcar a data, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou no sábado (13) que não será dissuadido de seus propósitos, e prosseguirá com a guerra até a “vitória total”.
“Ninguém nos deterá. Nem Haia, nem o Eixo do Mal”, disse Netanyahu, referindo-se à Corte Internacional de Justiça (onde a África do Sul acusa Israel de genocídio em Gaza) e ao apoio do Irã ao Hezbollah, no Líbano, e aos houthis, no Iêmen. “Não vamos parar até eliminarmos o Hamas definitivamente e trazermos os reféns de volta”, afirmou.
Iniciada no dia 7 de outubro do ano passado, quando a milícia islâmica matou mais de 1,2 mil israelenses e sequestrou outros 240, a guerra já deixou mais de 23 mil mortos do lado palestino – os dados são do Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelos terroristas.
Também no sábado, o gabinete de Benjamin Netanyahu confirmou o êxito de um acordo foi feito no sentido de levar medicamentos para os 132 reféns israelenses ainda mantidos na Faixa. Os remédios devem ser enviados nos próximos dias, com o auxílio da Cruz Vermelha.
Segundo o Exército de Israel, os combates em Gaza ficarão concentrados a partir de agora no centro e no sul do enclave. A preocupação da comunidade internacional, no entanto, dá conta da escalada da guerra no Líbano e, principalmente, no Mar Vermelho – onde os houthis, rebeldes pró-Irã do Iêmen, têm dado apoio ao Hamas.
Rota de 15% do comércio marítimo global, a região teve sua atividade reduza em 40% desde que os houthis começaram a lançar drones contra navios que tenham alguma ligação com Israel. Neste domingo (14), os Estados Unidos e o Reino Unido atacaram, pelo segundo dia consecutivo, alvos do grupo xiita, na tentativa de enfraquecer suas capacidades militares.
Questionado se a operação causará uma escalada do conflito, o ministro britânico das Relações Exteriores, David Cameron, afirmou que o aumento da violência no Mar Vermelho foi causada pelos próprios houthis. “Eles pioraram a situação. Não agir também é uma política, mas é uma política que não funciona É difícil pensar em outro momento em que tenha havido tanto perigo, insegurança e instabilidade no mundo”, disse Cameron.