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A Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) informou nesta terça-feira (31) que 122 jornalistas e profissionais da mídia foram mortos em 2024, um dos anos “mais letais” para a profissão, principalmente por conta da situação no Oriente Médio.
No último dia 10 de dezembro, a FIJ publicou uma lista inicial por ocasião do Dia Internacional dos Direitos Humanos, documentando 104 assassinatos. A esses se somaram principalmente as mortes de profissionais no Oriente Médio e no mundo árabe, onde as guerras na Faixa de Gaza e no Líbano foram responsáveis por 58% de todos os profissionais do setor mortos em 2024. Especificamente, 64 profissionais de mídia palestinos, seis libaneses e um sírio foram mortos.
"Desde o início da guerra na Faixa de Gaza em 7 de outubro de 2023, o número de jornalistas palestinos mortos subiu para 147, tornando a região uma das mais perigosas na história do jornalismo moderno", declarou a FIJ.
O secretário-geral da FIJ, Anthony Bellanger, pediu aos Estados-membros das Nações Unidas que “tomem medidas para garantir a adoção de uma convenção vinculante sobre a segurança dos jornalistas”. “Tal convenção teria como objetivo pôr fim às mortes e ferimentos de jornalistas que, infelizmente, ocorrem todos os anos”, acrescentou Bellanger.
Na Ásia e no Pacífico, a FIJ condenou o assassinato de sete profissionais no Paquistão, cinco em Bangladesh, três na Índia, um no Camboja e um nas Filipinas. Além disso, o regime militar em Mianmar continua a perseguir jornalistas (três deles foram mortos este ano), enquanto na Indonésia e no Cazaquistão houve uma morte cada.
Em 2024, dez jornalistas foram mortos na África, principalmente no Sudão, onde seis foram mortos como resultado da guerra dos generais, que foi particularmente letal. Além disso, dois somalis, um chadiano e um jornalista da República Democrática do Congo perderam suas vidas este ano.
Nas Américas, a FIJ registrou nove mortes, incluindo cinco mexicanos, dois colombianos e dois haitianos. Os jornalistas da região sofreram ameaças, intimidações, sequestros e assassinatos, principalmente por causa de suas reportagens sobre o tráfico de drogas, que assola o México há mais de duas décadas.
Por fim, na Europa, a guerra na Ucrânia custou a vida de quatro jornalistas, em comparação com 13 em 2022 e quatro em 2023, embora continue sendo o continente mais seguro do mundo para o setor.
Até o momento, a organização contabilizou 516 jornalistas na prisão, um aumento acentuado em comparação com 427 em 2023 e 375 em 2022. Com 135 jornalistas presos, a China continua sendo a maior prisão do mundo para profissionais de imprensa, à frente de Israel (59 jornalistas palestinos) e Mianmar (44).
Somente na região da Ásia-Pacífico há 254 jornalistas presos, à frente da Europa como um todo, com 142; do Oriente Médio e do mundo árabe, com 102; da África, com 17; e da América Latina, com um.