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Guerra tradicional diminui e terrorismo cresce, diz estudo

Os conflitos armados caíram 40% desde o fim da Guerra Fria e os que persistem matam menos gente, afirmou um estudo de três anos que tenta derrubar os atuais mitos sobre guerra e paz.

Mas, mesmo com o genocídio e os abusos contra os direitos humanos diminuindo, os ataques terroristas com "muitas vítimas" não estão caindo, de acordo com o Relatório de Segurança Humana preparado pela Universidade de British Columbia, em Vancouver, no Canadá.

Ainda assim, o terrorismo internacional mata apenas um "pequeno" número de pessoas por ano, em comparação com os mortos em guerras, afirmou o relatório.

- Não temos mais grandes guerras com exércitos enormes, grandes combates, armas convencionais pesadas - disse Andrew Mack, acadêmico e ex-autoridade da Organização das Nações Unidas (ONU) que dirigiu o estudo, financiado por Canadá, Grã-Bretanha, Suécia, Noruega e Suíça. - As guerras de hoje são de baixa intensidade com armas leves e pequenas, em países muito pobres. São extremamente brutais, mas não matam tantas pessoas - acrescentou.

O relatório apontou que o número total de conflitos teve queda de 40% desde o fim da Guerra Fria e Estados Unidos e Rússia deixaram de financiar conflitos em países em desenvolvimento.

O número médio de mortes por conflito também caiu, de 37 mil em 1950, durante a Guerra da Coréia, para 600 em 2002.

Entre 1991 e 2004, 28 conflitos armados por autodeterminação começaram ou recomeçaram, e 43 foram contidos ou terminaram, segundo o estudo. Em 2004, foram somente 25 conflitos - o número mais baixo desde 1976.

Até mesmo o número de refugiados caiu 45% entre 1992 e 2003, à medida que mais conflitos acabaram.

E apesar do genocídio em Ruanda em 1994, os massacres em Srebrenica um ano depois e as contínuas mortes de civis no Sudão, Mack disse que o número de genocídios e de "politicídios" caiu 80% entre 1988 e 2001.

Genocídio é definido como assassinato de grupos devido a etnia, religião ou nacionalidade. "Politicídios" fazem vítimas que se opõem a um regime ou um grupo dominante.

O "ponto alto" pós-Segunda Guerra Mundial de tais assassinatos foi no fim dos anos 80 no Afeganistão, em El Salvador, em Uganda e no Irã, de acordo com a cientista política Barbara Harff, que agora está na Academia Naval dos EUA.

Apesar dos fracassos da ONU em Ruanda, Srebrenica e na Somália, a taxa de sucesso da entidade em barrar conflitos foi de 40% a 60%, de acordo com Mack.

- Houve uma explosão em operações de paz amplas, que são exercícios essenciais na construção de nações - disse o especialista.

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