Cerca de 13,6 milhões de pessoas - o equivalente à população de Londres - foram obrigadas a deixar suas casas devido aos conflitos na Síria e no Iraque, informou o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados nesta terça-feira (11). Muitas delas não dispõem de comida ou abrigo, num momento em que o inverno se aproxima naquelas regiões.
Segundo o Acnur, a falta de recursos pode deixar um milhão de iraquianos e sírios sem ajuda no inverno. "Agora falamos em um milhão de pessoas deslocadas em dois meses, 500 mil da noite para o dia. O mundo não está respondendo", disse Amin Awad, diretor do Acnur para Oriente Médio e Norte da África, chamando a atenção para como o caso se agravou nos últimos tempos.
Esses 13,6 milhões incluem 7,2 milhões deslocados dentro da Síria, muitas vezes em locais aonde a ajuda externa não consegue chegar. Há ainda 3,3 milhões de sírios no exterior. No Iraque, há 1,9 milhão de deslocados internos, fora os que deixaram o país.
A maioria dos refugiados sírios foi para Líbano, Jordânia, Iraque e Turquia, no que Awad diz que "envergonha a todos". "Outros países no mundo, especialmente os europeus, mas não só, deveriam abrir suas fronteiras e compartilhar o apoio", diz Awad.
O Acnur diz ter menos de US$ 58,5 milhões em doações para suprir as necessidades de 900 mil pessoas para o inverno, dinheiro que seria para cobrir despesas básicas como plástico para tendas e roupas de inverno.
Sem fundos para cobrir essas necessidades, a agência priorizará pessoas em lugares mais frios e altitudes mais elevadas, além das mais vulneráveis, como os recém-nascidos.
Segundo Awad, Rússia e China, ambas no Conselho de Segurança da ONU, estão no fim da lista de doadores, mas deveriam contribuir mais. "A ajuda humanitária é imperativa e deve ser colocada em primeiro lugar mesmo se não houver um acordo (político). Eles precisam contribuir de uma forma ou de outra, como os outros fazem", conclui.