O líder máximo das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), Alfonso Cano, sugeriu ao presidente eleito colombiano, Juan Manuel Santos, o restabelecimento do diálogo na busca de saída negociada para o conflito armado no país.
Em mensagem de pouco mais de meia hora divulgada ontem em site ligado à narcoguerrilha, Cano diz estar, "uma vez mais, propondo que Farc e o governo colombiano conversem.
"Nós seguimos empenhados em buscar saídas políticas. Desejamos que o governo que assumirá reflita, que não engane mais o país, diz o vídeo, datado deste mês.
O aceno ocorre a uma semana da posse de Santos e em meio a mais uma crise regional tendo como pivô justamente as Farc. Segundo o presidente Álvaro Uribe, até 1.500 membros da guerrilha encontram abrigo na Venezuela do rival Hugo Chávez.
Mensagens similares foram dirigidas a Uribe e rejeitadas , mas esta é a primeira ao eleito. Até ontem, Santos, que assumirá no dia 7, não comentara o vídeo.
Antes de ser eleito em junho como o candidato governista e prometendo dar continuidade às políticas da "segurança democrática linha-dura de Uribe, Santos atuou como ministro da Defesa do atual governo e foi responsável pelos mais duros golpes sofridos pela narcoguerrilha.
Em 2008, esteve à frente do ataque colombiano a um acampamento das Farc no Equador que matou o número 2 do grupo, Raúl Reyes.
Meses depois, promoveu o resgate de Ingrid Betancourt, a ex-candidata presidencial em cativeiro desde 2002.
Na mensagem, Cano propõe que se fale da "indignidade que é ter na Colômbia sete bases militares com tropas americanas, em referência a acordo, costurado por Santos, que permite o uso de bases no país pelos EUA.
Cano sugeriu ainda abordar temas de direitos humanos, direito internacional humanitário, a posse de terras e os modelos político e econômico adotado na Colômbia. "Não ocultem ao país o custo tão grande da guerra, os mortos que estão sendo apresentados, disse Cano.
"É possível que o país resolva essa situação por meio do diálogo, de propostas políticas, de diplomacia.
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