Ex-senadora agradece o apoio do Brasil
A ex-senadora colombiana Piedad Córdoba, que integra o grupo que vai resgatar cinco reféns das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), agradeceu ontem a colaboração do governo brasileiro na operação.
Caracas - Após 19 meses de cativeiro, o vereador colombiano Marcos Baquero foi entregue ontem pelas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) a uma comissão humanitária, na primeira das cinco liberações unilaterais de reféns prometidas pela guerrilha para ocorrer nos próximos dias.
"As minhas primeiras palavras são para a minha mulher e para os meus filhos. Amo-os muito, disse Baquero, da cidade de San José de l Guaviare, à rádio Caracol. Pediu que vai "trabalhar duro para a libertação dos outros reféns.
Mais tarde, a Cruz Vermelha, que coordena a missão liderada pela ex-senadora colombiana Piedad Córdoba, lançou nota agradecendo ao governo brasileiro.
Como em 2010, a operação conta com a ajuda logística do Brasil, que cedeu os helicópteros Cougar do Exército para trasladar os reféns de pontos da selva à cidade de Villavicencio, no centro da Colômbia.
Negociação
As Farc anunciaram as primeiras liberações unilaterais de sequestrados no governo Juan Manuel Santos na esperança de recuperar algo de simpatia pública, nacional e internacional, e emendar uma negociação política com Bogotá.
Santos assumiu em agosto prometendo manter a ofensiva militar de seu antecessor, Álvaro Uribe, que enfraqueceu como nunca as Farc. Disse, porém, que as portas do diálogo não estavam "fechadas à chave.
O governo colombiano repete, porém, que as Farc devem renunciar aos sequestros, aos atos terroristas e ao tráfico de drogas antes de que seja iniciada qualquer interlocução.
Sabe-se que há contatos nos bastidores entre integrantes da cúpula das Farc encurraladas nas montanhas no centro do país e entes do governo.
A guerrilha sofreu diversos golpes nos últimos anos, inclusive o assassinato de líderes pelo governo. Em 2010, a guerrilha chegou a dizer que não haveria mais gestos sem contrapartida do governo colombiano, exigindo o chamado intercâmbio humanitário troca de reféns por guerrilheiros presos , mas aparentemente foi forçada a mudar de estratégia.
As liberações unilaterais começaram em 2008, quando as Farc pediram que os reféns fossem entregues ao presidente venezuelano, Hugo Chávez. A aliança logo seria interrompida pelas turbulências da relação entre Chávez e Uribe.
Outras libertações
Até o dia 13 as Farc prometem entregar mais quatro reféns: o também vereador Armando Acuña, os militares Henry López Martínez, Salín Antonio Sanmiguel Valderrama e o policial Guillermo Solórzano. As operações acontecerão nos departamentos de Caqueté e Tolima.