A Guiana aproveitou a Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) para atacar a Venezuela nesta terça-feira (29), acusando a potência petrolífera vizinha de “intimidação e agressão” em relação a uma disputa de fronteira dois dias depois de os dois países concordarem em reatar os laços diplomáticos.
Em seu discurso na tribuna da ONU, o presidente da Guiana, David Granger, acusou seu colega venezuelano, Nicolás Maduro, de praticar assédio na fronteira.
“Tem havido uma série de atos de agressão de presidentes da Venezuela contra meu país”, afirmou Granger, citando ações que remontam a 1968 até “o decreto de maio de 2015 do presidente Nicolás Maduro”.
O decreto criou uma zona costeira de “defesa” teórica que, dependendo da Venezuela, deixaria a Guiana sem acesso direto ao Oceano Atlântico.
Granger afirmou que a Venezuela é quatro vezes maior que a ex-colônia britânica e que suas Forças Armadas são mais de 40 vezes superiores à Força de Defesa da Guiana.
Ele disse que a Venezuela, “atenta à sua riqueza e poderio militar e desatenta à sua obrigação como Estado-membro da Organização das Nações Unidas... adotou o caminho da intimidação e da agressão”.
Não foi possível localizar um representante do governo venezuelano de imediato para obter comentários.
Maduro retirou o embaixador de seu país para a Guiana em julho, depois de exigir a suspensão da exploração de petróleo da Exxon Mobil Corp na costa de uma região conhecida como Essequibo. Em setembro, ele retirou as credenciais do embaixador da Guiana na Venezuela.
No domingo, Maduro disse que os países restaurariam seus respectivos embaixadores, após reunião com Granger e o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, em Nova York.
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