A junta militar que governa a Guiné ordenou que quatro ex-ministros de Minas reembolsem mais de 5 milhões de dólares que, segundo ela, foram desviados do Estado, informou uma autoridade sênior.
As acusações surgiram pouco menos de um mês após as forças de segurança terem detido o filho do ex-presidente, que mais tarde confessou publicamente seu envolvimento no contrabando de drogas.
Na época, defensores dos direitos humanos expressaram preocupação com os métodos empregados pelos governadores do Oeste da África, que assumiram o poder em dezembro após a morte do presidente Lansana Conte.
O comitê de auditoria da junta militar afirmou em um programa de interrogatório dos ex-ministros de Minas, exibido na emissora de televisão estatal no sábado, que Ahmed Tidiane Souare, Ousmane Sylla, Ahmed Kante e Louceny Nabe deviam cerca de 5,3 milhões de dólares no total.
A junta reivindica quase metade desta quantia de Souare, que serviu como ministro de Minas entre 2005 e 2006, mas atuou como primeiro-ministro quando o grupo do capitão Moussa Dadis Camara tomou o poder.
"Estes fundos eram dedicados à promoção e ao desenvolvimento da mineração, e foram totalmente desviados de forma inapropriada", disse Mouctar Balde, vice-presidente do comitê.
"Eles (os ministros) nos deram explicações, mas basicamente eles não conseguiram nos convencer", disse ele.
Os ex-ministros não comentaram o assunto durante o programa, mas Souare afirmou neste domingo na rádio estatal que o dinheiro, supostamente destinado ao desenvolvimento do setor, era usado para pagar pelo funcionamento do Ministério de Minas quando os fundos centrais eram insuficientes.
"Os inspetores estão certos, de acordo com os documentos, o fundo de mineração foi desviado inapropriadamente...mas na realidade, não havia fundo de mineração", declarou Souare.
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