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Durante uma coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira (24), o secretário-geral de Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, acusou Israel de espalhar “desinformação” sobre ele e disse que já condenou o grupo terrorista palestino Hamas “102 vezes”.
Guterres disse que suas críticas ao Hamas foram expressas tanto em discursos oficiais quanto em plataformas digitais, tentando refutar as alegações de que seria um apoiador do grupo.
“Ouvi muitas vezes da mesma fonte [ele não mencionou Israel pelo nome] que eu nunca ataquei o Hamas, que nunca condenei o Hamas, que sou um apoiador do Hamas. Pedi aos nossos colegas que fizessem uma estatística: eu condenei o Hamas 102 vezes, 51 delas em discursos formais, e outras em diferentes plataformas sociais. No final, a verdade sempre vence", disse o secretário-geral da ONU.
A tensão entre Guterres e o governo de Israel se intensificou após o embaixador de Israel na ONU, Gilad Erdan, pedir a renúncia do secretário-geral. Erdan acusou Guterres de ser "cúmplice do terrorismo" e de "distorcer os fatos sobre o conflito".
As falas de Erdan surgiram após declarações controversas de Guterres a respeito do ataque terrorista do Hamas contra Israel, perpetrado em outubro do ano passado, que culminou na morte de 1,2 mil pessoas e em diversos reféns levados em cativeiro.
No mês em que ocorreu o atentado, Guterres disse que os “ataques do Hamas não aconteceram no vácuo”.
Nesta segunda, Erdan disse que as condenações que Guterres afirma ter feito contra o Hamas foram “palavras vazias quando comparadas com as suas ações”.
“Seu único objetivo tem sido ajudar o Hamas a sobreviver a esta guerra. Nós achamos desprezível que o secretário-geral se recuse a respeitar os padrões da ONU e pinte uma imagem distorcida dos acontecimentos”, disse Erdan. “António Guterres é um cúmplice do terror e deveria renunciar hoje”, afirmou ele. (Com Agência EFE)