O secretário-geral da ONU, António Guterres, pediu para que os países não suspendam a ajuda humanitária a Gaza, apesar das acusações contra funcionários da organização| Foto: .EFE/ Daniel Cáceres
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O secretário-geral da ONU, António Guterres, anunciou nesta segunda-feira (5) a nomeação de um grupo independente para avaliar o trabalho da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), depois de Israel ter acusado alguns dos seus membros de participarem dos ataques do Hamas de 7 de outubro.

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O grupo, que será liderado pela ex-ministra das Relações Exteriores da França, Catherine Colonna, terá de entregar um relatório preliminar ao líder das Nações Unidas no próximo mês de março, além de um relatório final em abril. Este último será tornado público.

Especificamente, os investigadores devem identificar os mecanismos da UNRWA para “garantir a neutralidade e responder a alegações ou informações que indiquem que este princípio foi violado”, informou a ONU em um comunicado.

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Deverão também fazer recomendações para melhorar e reforçar estes mecanismos, se necessário, ou mesmo estabelecer novos procedimentos.

As acusações de Israel motivaram 18 países – entre eles Estados Unidos, Japão, Alemanha e França – a anunciar a suspensão das suas contribuições para a agência, que advertiu que ficará sem fundos antes do final do mês.

A avaliação anunciada nesta segunda-feira pelo secretário-geral acontecerá em paralelo com a investigação do Departamento de Assuntos Internos da ONU sobre os 12 membros da UNRWA acusados ​​de participação nos ataques de 7 de outubro, que segundo Guterres poderão produzir resultados em um período de duas a três semanas.

“A cooperação das autoridades israelenses, que fizeram estas alegações, será fundamental para o sucesso da investigação”, afirmou o secretário-geral no comunicado.

Um dossiê preparado por Israel e compartilhado com os Estados Unidos denuncia que 12 funcionários da agência da ONU que atua dentro da Faixa de Gaza, a UNRWA, teriam participado diretamente dos ataques contra civis israelenses.

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As acusações apontam que trabalhadores da organização de ajuda humanitária no enclave palestino teriam ajudado o Hamas no sequestro de reféns, na criação de uma sala de operações e na distribuição de munições para os terroristas realizarem o massacre e continuarem com a guerra a partir do território vizinho.

Além disso, foi descoberto um grupo no aplicativo de mensagens Telegram que contava com a participação de 3 mil pessoas, a maioria funcionários e professores da UNRWA. No ambiente virtual, alguns integrantes da agência que participavam do grupo comemoraram e endossaram o massacre ocorrido no dia 7 de outubro de 2023, quando os terroristas do Hamas invadiram o território de Israel e mataram 1,2 mil pessoas, bem como sequestraram outras 250.

Intitulado “UNRWA’s Terrorgram”, o relatório da UN Watch, que expôs o grupo, revela que os funcionários da agência estavam rezando pelo “sucesso” e pela “proteção” dos terroristas palestinos enquanto compartilhavam no grupo fotos e vídeos dos ataques.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]