Quem já esteve lá
Desde que Neil Armstrong pisou no solo lunar, em julho de 1969, apenas 12 humanos tiveram o privilégio de andar na Lua. No total, seis missões tripuladas conseguiram êxito de chegar ao satélite da Terra.
Guardião dos segredos do sistema solar, satélite é rico em recursos naturais
A Lua é uma testemunha preciosa da história e dos segredos do nosso Sistema Solar desde o seu nascimento, há 4,5 bilhões de anos, bem como uma importante reserva de recursos naturais, como oxigênio, hidrogênio, silício e hélio. "Em nenhuma outra parte podemos contemplar com tanta clareza a época em que a Terra e os outros planetas do nosso sistema solar se formaram", destaca em um estudo recente a Academia Nacional de Ciências dos EUA.
Astronautas seguiram caminhos diferentes
Após o êxito da missão Apollo 11, os três astronautas que viajaram à Lua em julho de 1969 buscaram diferentes atividades.
Projeto dos EUA de volta à Lua em 2020 esbarra na falta de dinheiro
A ambição dos Estados Unidos de voltar a enviar astronautas à Lua como primeiro passo para missões a Marte pode ser travada por sérias restrições orçamentárias. Depois da catástrofe do ônibus espacial Columbia em 2003, o então presidente George W. Bush decidiu pôr fim aos voos das três naves em 2010 e, em troca, proporcionar aos Estados Unidos ambiciosos projetos espaciais como o Programa Constellation. Este compreende uma volta dos americanos à Lua até 2020, seguido de voos à Marte.
Washington - Há quatro décadas, em 16 de julho de 1969, a missão Apollo 11 decolava para uma das maiores façanhas da conquista do espaço. Quatro dias depois o astronauta norte-americano Neil Armstrong tornou realidade o sonho mais antigo das civilizações humanas ao se transformar no primeiro homem a caminhar na Lua.
Enquanto 500 milhões de pessoas em todo o mundo esperavam ansiosamente aglomeradas diante de telas de televisão com imagens borrada ou ao lado de rádios, Armstrong desceu a escada do módulo sobre a superfície e disse: "Este é um pequeno passo para um homem, mas um grande salto para a humanidade". A frase, com som levemente distorcido pela distância e pelos equipamentos de comunicação, ficaria gravada para sempre nos livros de história.
As multidões ovacionaram o momento quando Armstrong foi alcançado por seu companheiro Buzz Aldrin, que descreveu a "magnífica desolação" da paisagem lunar, nunca antes testemunhada em primeiro plano vista da Terra. Desde então, apenas 12 terráqueos caminharam pelo solitário e misterioso satélite da Terra, que alimentou nossos sonhos desde que os primeiros humanos caminharam sobre o planeta.
Disputa entre potências
Em plena Guerra Fria, o programa Apollo foi usado para provar o domínio dos EUA na corrida espacial. Colocar uma bandeira norte-americana na superfície da Lua em 1969 marcou pontos muitos importantes na disputa com a então poderosa União Soviética.
O programa Apollo, que tornou possível seis alunissagens bem sucedidas entre 1969 e 1972, começou oito anos antes, em 1961, quando o presidente John F. Kennedy lançou o desafio ao Congresso de levar o homem à Lua ainda naquela década. "Creio que esta nação deve se comprometer em alcançar a meta, antes de termine esta década, de aterrissar o homem na Lua e trazê-lo de volta à Terra sem perigo", disse então Kennedy.
A decisão de chegar à Lua estava acima de qualquer decisão política, diz John Logsdon, curador e especialista do Museu Nacional do Ar e do Espaço. A União Soviética foi a primeira nação a colocar um satélite em órbita, em 1957, com o lançamento do Sputnik e, em 1961, Yuri Gagarin se converteu no primeiro homem a viajar ao espaço.
"A União Soviética definiu o êxito espacial como a medida de poder e atração de uma sociedade moderna, e o presidente Kennedy decidiu que deixar um êxito espacial espetacular apenas para a URSS não era do interesse dos Estados Unidos", afirma Logsdon.
A corrida espacial se converteu no símbolo da batalha da Guerra Fria pelo domínio entre ideologias e poderes mundiais polarizados. Em 1970, meses depois das alunissagens, o dissidente soviético Andrei Sakharov escreveu, em uma carta aberta ao Kremlin, que a capacidade dos Estados Unidos de colocar um homem na Lua provou a superioridade de uma democracia. "A Nasa havia estudado uma missão à Lua antes da decisão de Kennedy e havia concluído que não existiam barreiras tecnológicas importantes", explica Logsdon. "No entanto, a experiência para construir os complexos sistemas requeridos para levar a cabo a missão era escassa".
Graças à crescente prosperidade dos Estados Unidos e seus êxitos científicos e técnicos, o país colocou rapidamente em marcha o programa Apollo. O êxito econômico do país foi decisivo para os gastos com a "odisseia espacial".
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