Galileu, pelo holandês Sustermans| Foto: Wikimedia Commons

Há 400 anos, um astrônomo italiano, professor Universidade de Pádua, deu um novo uso a um instrumento até então utilizado quase apenas na navegação marítima. Com um telescópio revolucionário, Galileu Ga­­lilei (1564–1642) reuniu dados que depois comprovariam fatos científicos centrais, como o de que a Terra gira em torno do Sol, e não o contrário.

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A Astronomia moderna só deslanchou com base em suas descobertas. Não por acaso, 2009 é o Ano Internacional da Astro­­nomia, em sua homenagem. No dia 25 de agosto de 1609, Galileu iniciou observações com um novo tipo de telescópio, que re­­frata a luz e permite focalizar melhor os objetos.

"Galileu representa um dos maiores impactos que o conhecimento humano já sofreu", afir­­ma o astrônomo Victor D’Á­­vi­­la, do Observatório Nacional. "Foi dele o grande passo da ciência moderna. Ele simplesmente descobriu a chave de como ra­­ciocinar de forma científica e objetiva. Os gregos acreditavam que raciocinar era suficiente. Galileu mostrou que era preciso observar, raciocinar, concluir e comprovar. E até hoje es­­­­sas são as bases do método científico."

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Sua revolução, que colocou a Terra e demais planetas a girar em torno do Sol, lhe rendeu um processo do Santo Ofício, quando precisou voltar atrás em suas afirmações.

Com isso, Galileu retirou o homem de sua suposta posição privilegiada no Universo. Como a Terra, na visão do astrônomo, o homem não seria o centro. E isso desagradou a Igreja. Galileu foi condenado pela Inquisição, por heresia, primeiro privadamente, em 1616, e depois, num julgamento público, em 1633, quando se retratou. Desde en­­tão, existe o mito de que ele te­­ria dito, sobre a Terra, ao se afastar da mesa onde assinara sua retratação: "Mas que ela gira, gira".

O clérigo polonês Copérnico já havia contestado essa visão geocêntrica do Universo em 1543, mas não havia conseguido provar sua tese de um Uni­­verso heliocêntrico.