Se estivesse viva, a costureira norte-americana Rosa Parks, considerada uma das principais responsáveis pelo movimento pela igualdade pelos direitos civis nos Estados Unidos, completaria 100 anos hoje. Ela morreu em 2005, aos 92 anos, de causas naturais.
Há cinquenta e sete anos, Parks ficou famosa e ganhou o título de "mãe do movimento pelos direitos civis" ao se negar a ceder seu lugar para um passageiro branco em um ônibus em Montgomery, no Estado do Alabama. Na época, leis de segregação racial em transportes públicos e restaurantes eram permitidas nos Estados Unidos.
Ao recusar a ordem do passageiro branco, apesar das leis que a obrigavam a ceder sua vaga, Parks foi detida e multada. A prisão provocou um boicote de 381 dias contra as companhias de ônibus locais, liderado por um então desconhecido pastor, reverendo Martin Luther King, e abalou as estruturas da segregação racial nos Estados Unidos.
O boicote, que ocorreu um ano depois do fim da segregação racial em escolas, marcou o início do movimento pela igualdade dos direitos civis, e que atingiu o auge em 1964, com a Lei Federal dos Direitos Civis, que baniu discriminação racial em todos os estabelecimentos públicos.
Para Eduardo Saldanha, professor de Direito Internacional da FAE Centro Universitário, o ato de Rosa Parks foi definitivo para a mudança das leis contra segregação. "Aquele já era um momento de efervescência na luta por direitos civis na Europa e nos Estados Unidos. Mas Rosa Parks elevou o nível da discussão. Foi um rompimento de paradigma, a lei passou a contemplar o direito do individuo para o individuo, não mais o direito do Estado para o Estado", explica.
Depois de solta, a costureira teve problemas para encontrar trabalho no Alabama, e mudou-se para Detroit, onde se tornou uma figura reverenciada pela população local. Em 1999, durante o governo do democrata Bill Clinton, ela recebeu a Medalha de Ouro do Congresso, considerada a maior homenagem oficial do governo dos EUA concedida a civis, entre outras diversas honrarias.
Em nota, o presidente americano Barack Obama, afirmou que a história não terminou com o boicote inspirado por Rosa Parks. "Uma campeã dos direitos civis ao longo da vida, ela continuou lutando pelos pobres e marginalizados até a morte." Na nota, ele proclama o dia de hoje como o 100.º aniversário do nascimento de Rosa Parks e faz um apelo para que "todos os americanos usem o dia para honrar o legado Rosa Parks."
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