O movimento islâmico Hamas, à frente do novo governo palestino, propôs a Israel um pacto de tranqüilidade em que se compromete a impedir que qualquer grupo palestino cometa atos contra este país, em troca da suspensão de suas operações militares contra os territórios. A informação aparece na edição de fim de semana do jornal israelense "Haaretz", que indica que o Hamas estaria inclusive disposto a declarar um cessar fogo de forma unilateral.
Segundo a proposta, não confirmada por nenhuma das partes, o Hamas levou a oferta ao governo israelense por meio de emissários, a maioria deles egípcios.
O presidente egípcio, Hosni Mubarak, ligou ontem à noite (horário local) para o primeiro-ministro israelense em exercício, Ehud Olmert, e ambos concordaram em marcar uma reunião.
O Hamas proporia o fim dos ataques provenientes tanto de seu braço armada como dos outros grupos. Em troca, Israel renunciaria a qualquer operação ofensiva na Cisjordânia ou Faixa de Gaza.
Segundo o jornal, autoridades políticas e militares israelenses rejeitaram a oferta, transmitida em particular pelo Egito, alegando que se trata de uma manobra com o objetivo de ganhar tempo para permitir que o Hamas se fortaleça à espera de um confronto futuro. No momento, o grupo radical enfrenta fortes pressões internacionais.
De fato, o Hamas respeita uma trégua unilateral desde o início de 2005 e, reconhecem as autoridades israelenses, praticamente não executaram mais operações suicidas desde então, apesar do grupo ser o principal responsável por este tipo de ataque, que matou centenas de pessoas, nos últimos dez anos.
Israel se absteve de executar assassinatos dirigidos contra dirigentes do Hamas, depois de ter dizimado sua direção, matando em 2004 seu líder espiritual, o xeque Ahmed Yassin, e em seguida seu sucessor, Abdelaziz Rantissi.
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