O controlador-geral da União (CGU), ministro Jorge Hage, criticou nesta terça-feira (17) a posição do Brasil no ranking mundial de corrupção divulgado pela organização não governamental Transparência Internacional. Para o ministro, um dos responsáveis pela fiscalização dos órgãos federais, o Brasil deveria aparecer em melhor colocação.
O país subiu cinco posições no ranking de corrupção, que pesquisou 180 nações. O Brasil passou do 80º lugar em 2008 para o 75º neste ano. Mas o relatório apontou que o país ainda é marcado por escândalos impunes e corrupção política.
O ministro alega que quanto o mais o país combate a corrupção, mais aumenta a percepção da população sobre o assunto. E cita como controverso, por exemplo, Cuba aparecer na 61ª posição, antes do Brasil. Hage argumenta ainda que o método da pesquisa não diferencia se os casos de corrupção ocorrem nos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário ou nos governos federal, estadual ou nas prefeituras.
As nações são classificadas com notas de 0 a 10. Quanto menor a nota, mais corrupção no país. O Brasil recebeu nota 3,7. Na mesma colocação estão Colômbia, Peru e Suriname.
Se o país não combate a corrupção e não tem transparência, não desperta a percepção da população. Quem mais combate, mais levanta a percepção, disse Hage, Agência Brasil.
Para o ministro, o Brasil tem combatido a corrupção. Ele aponta como avanços o detalhamento das despesas da União divulgado na internet, a identificação das fraudes mais comuns na administração federal e a criação de corregedorias com o objetivo de o próprio Executivo aplicar punições.
O controlador disse ainda que o país tem sido convidado para participar de eventos internacionais anticorrupção, o que, segundo ele, confirma a posição de liderança na América do Sul e o reconhecimento. O Chile e o Uruguai são os sul-americanos que aparecem na melhor posição no ranking da corrupção, ambos em 25º lugar.